“Na frente de Kharkiv, as operações continuam a ser complexas e mutáveis”, refere o exército ucraniano, em comunicado ontem divulgado, adiantando que as tropas russas lançaram 20 operações de assalto à região, das quais 14 estão ainda em curso.
Na última semana, foram registados mais de 830 confrontos na frente de Kharkiv, segundo o porta-voz do Estado-Maior General das Forças Armadas da Ucrânia, Dimitro Likhova, referindo que o número de ataques aéreos russos contra posições ucranianas e infraestruturas civis se eleva a 580.
“Actualmente, o inimigo tem alcançado sucessos tácticos”, admitiu.
O porta-voz destacou ainda que a Rússia, apesar das “perdas significativas” que tem sofrido, conseguiu mobilizar mais cinco batalhões para tentar assumir o controlo da cidade de Vovchansk.
O ataque a Vovchansk, localizado a cerca de cinco quilómetros da fronteira com a Rússia, visa reconquistar o território que a Ucrânia conseguiu recuperar durante o primeiro ano de guerra e que conseguiu manter até agora. A Rússia quer ainda fazer desta cidade fronteiriça uma zona tampão para evitar incursões ucranianas em território russo.
A Defesa ucraniana também anunciou, ontem, ter lançado, através dos Serviços de Segurança da Ucrânia (SBU), um ataque com ‘drones’ contra um depósito de combustível localizado na região fronteiriça russa de Belgorod, provocando um incêndio na infraestrutura, e contra uma subestação de eletricidade em Lipetsk, no Oeste da Rússia, avançou a agência de notícias nacional Ukrinform.
Nos últimos meses, a Ucrânia atacou mais de uma dúzia de refinarias e depósitos de combustível localizados no território da Federação Russa, numa tentativa de impedir o fornecimento de combustível às tropas russas que ocupam o seu território e de prejudicar a indústria petrolífera russa.
Estes ataques de ‘drones’ às infraestruturas petrolíferas russas causaram agitação nos Estados Unidos, cujos líderes apelaram à Ucrânia para que renunciasse a estas acções por receio de que provocassem uma escalada do conflito por parte da Rússia e desestabilizassem o mercado petrolífero internacional.