A Ucrânia e os países bálticos anunciaram, ontem, um boicote à próxima reunião ministerial da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) devido à presença do chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov
A 30.ª reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos 57 países membros da OSCE vai realizar-se na quinta e na sextafeira em Skopje, a capital da Macedónia do Norte.
O anúncio do boicote da Ucrânia, Estónia, Letónia e Lituânia foi feito praticamente em simultâneo. O ministro “Dmytro Kuleba vai boicotar a reunião ministerial da OSCE na sequência da decisão de autorizar a presença de Lavrov”, disse o porta-voz da diplomacia ucraniana, Oleg Nikolenko, à agência francesa AFP.
Nikolenko disse que Kiev agradeceu a Skopje ter dado prioridade à questão da agressão russa contra a Ucrânia durante a sua a presidência da OSCE, de acordo com a agência Ukrinform.
O porta-voz acusou Moscovo de ter criado uma “crise existencial na OSCE” e de ter feito com que a organização ficasse “refém dos seus caprichos e agressões”, segundo a agência noticiosa ucraniana.
“A presença da delegação russa na reunião a nível ministerial, pela primeira vez após o início da invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia, só irá intensificar a crise para a qual a Rússia conduziu a OSCE”, afirmou.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Estónia, da Letónia e da Lituânia anunciaram num comunicado conjunto que também não vão participar na reunião da OSCE.
A presença de Lavrov na reunião “corre o risco de legitimar a Rússia agressora como membro de pleno direito da nossa comunidade de nações livres”, alegaram no comunicado conjunto, citado pela AFP.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de Fevereiro de 2022, desencadeando uma guerra ainda sem fim à vista, com um número de vítimas civis e militares por contabilizar.
Com sede em Viena, a OSCE é a maior organização regional de segurança do mundo, abrangendo todos os Estados europeus, a Rússia, os países da Ásia Central, a Mongólia, os Estados Unidos e o Canadá.
A população dos países da OSCE é superior a mais de mil milhões de pessoas. Portugal é um dos 35 signatários da Acta Final de Helsínquia, de 01 de Agosto de 1975, que estabelece os princípios das relações entre os Estados participantes.