Citado pela agência oficial Anadolu, Recep Tayyip Erdogan reafirmou o empenho do que classifica como protecção da zona Norte da ilha, dividida há 50 anos. “Se necessário, podemos construir uma base naval e estruturas no Norte.
Nós também temos o mar”, disse o Presidente no avião de regresso do Chipre, depois de ter estado no Norte da ilha nas cerimónias dos 50 anos da divisão.
O líder turco também acusou a Grécia de querer instalar uma base desse tipo na ilha e rejeitou a realização de novas negociações: “Acreditamos que uma solução federal não é possível no Chipre.
Não há benefício para ninguém em prosseguir negociações como as que foram abandonadas na Suíça”, em 2017. Erdogan admitiu aceitar que “a parte cipriota turca se deve sentar com a parte cipriota grega em pé de igualdade” e só nesse formato está “pronto negociaro e a alcançar uma paz duradoura e uma solução”.
No Sábado, o primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis, reafirmou o apoio a uma reunificação do Chipre e acusou ainda a Turquia de levantar obstáculos a um compromisso de paz.
“O nosso objetivo continua a ser o mesmo: uma República do Chipre com soberania num único Estado, uma federação com duas zonas, duas comunas, sem um exército estrangeiro de ocupação, conforme estipulado nas resoluções da Organização das Nações Unidas”, declarou Kyriakos Mitsotakis.
O Presidente do Chipre, Nikos Jristodulidis, manifestou-se no mesmo tom: “A minha principal preocupação e prioridade é o fim da ocupação, a libertação e a reunificação do nosso país.
Desejamos uma solução baseada nas resoluções da ONU”. A ilha de Chipre está dividida desde que a Turquia invadiu a sua parte Norte, em 20 de Julho de 1974, em resposta a um golpe de Estado dos nacionalistas cipriotas gregos que pretendiam anexar o país à Grécia.
Apesar de ser o único Estado reconhecido internacionalmente, a República de Chipre só exerce autoridade sobre a parte sul da ilha, que está separada por uma zona-tampão, controlada pela ONU, da autoproclamada República Turca do Norte do Chipre (RTNC), reconhecida apenas por Ancara.
As últimas negociações inter-cipriotas organizadas sob a égide das Nações Unidas para pôr fim à divisão da ilha mediterrânica desde 1974, na estância suíça de CransMontana, fracassaram em 2017.