O Presidente dos Estados Unidos usou a sua conta do Twitter, na noite de Sexta- feira, para anunciar que “suspende” a decisão que permitia a importação de troféus de caça de África.
O fim da proibição, decidido pela agência governamental para a pesca e a vida selvagem, gerou um aplauso entre os conservacionistas e até mesmo no seu próprio partido. O magnata republicano, que durante a campanha eleitoral defendeu a paixão de seus filhos Eric e Donald pela caça, publicou a mensagem menos de 48 horas após seu próprio Governo derrubar a medida adoptada em 2014 pelo democrata Barack Obama para combater o tráfico de marfim.
Agora, diz que precisa de tempo para “revisar todos os factos” em matéria de conservação. O fim da proibição permitiria que cabeças de elefantes e outros grandes troféus de caça fossem importados da Zâmbia e do Zimbabwe. Isso embora os animais selvagens estejam na lista de espécies em perigo de extinção.
A explicação da agência é que a caça desportiva pode beneficiar a conservação se for bem regulada e que a renda pode ser revertida para programas nas comunidades locais. Trump não explica por que retifica a decisão, mas anuncia a suspensão horas depois do pedido feito por um dos líderes republicanos no Comité de Assuntos Exteriores da Câmara dos Representantes para que a medida fosse reconsiderada.
O representante californiano Ed Royce disse que era “uma decisão errada num momento errado”, em referência também à situação política no Zimbabwe. “Os elefantes e outros grandes animais da África são uma ‘moeda de sangue’ para as organizações terroristas e estão sendo mortos num ritmo alarmante”, afirma Royce em nota, defendendo a necessidade de salvar a vida desses “majestosos animais” também por uma questão de segurança nacional. Calcula-se que haja 400.000 elefantes selvagens na África, em comparação com cinco milhões há um século.