O ex-presidente dos Estados Unidos da América (EUA) Donald Trump disse Sábado, perante uma plateia eufórica em Washington, que tornará a “América livre novamente” caso seja reeleito, afirmando estar “envolvido numa luta épica para resgatar” o país.
Trump foi este Sábado a “estrela” da Conferência da Acção Política dos Conservadores (CPAC, na sigla em inglês), considerada a mais importante reunião do movimento ultra-conservador nos EUA, onde foi recebido por uma multidão estridente que gritava “nós queremos Trump, nós queremos Trump”.
“A América será livre novamente, porque hoje não somos uma nação livre. Não temos imprensa livre, não temos nada livre.
Em 2016, eu disse: ‘eu sou a vossa voz’. Hoje eu acrescento: ‘eu sou o vosso guerreiro, a vossa justiça’”, afirmou o magnata, que no final do ano passado anunciou a sua recandidatura à Casa Branca em 2024.
“As forças sinistras que tentam matar a América fizeram tudo o que podiam para me parar, para silenciar-vos e para transformar esta nação numa lixeira socialista para criminosos, viciados, marxistas, bandidos, radicais e refugiados perigosos que nenhum outro país deseja”, acrescentou, sem concretizar.
No seu longo discurso, que se prolongou por cerca de uma hora e 45 minutos, um dos focos principais dos ataques de Trump foi o actual Presidente, Joe Biden, para quem perdeu as últimas eleições presidenciais norte-americanas.
Dado a hipérboles e a declarações sem correspondência à realidade, Donald Trump classificou a administração de Biden como “a mais corrupta na história do país” e o chefe de Estado como “o maior criminoso, a quem nada acontece”.
Na rede social Twitter, a organização Citizens for Ethics partilhou um excerto desta acusação de Trump lembrando que passou “anos a verificar a corrupção de Trump na Casa Branca” e que “nada se aproxima” dos níveis atingidos no mandato anterior.
Trump tornou este discurso num acto de campanha eleitoral, fazendo várias promessas caso regresse ao poder.
O político de extrema-direita acabou ainda por admitir que existe uma ruptura dentro do Partido Republicano, lançando várias críticas a colegas da mesma formação política.
Em relação à política externa, Trump focou-se na invasão da Ucrânia pela Rússia, advogando que foi “o único Presidente norte-americano que não viu a Rússia a tomar o controlo de outro país durante o seu mandato”.
“Com (George W.) Bush, eles (Rússia) invadiram a Geórgia.
Com (Barack) Obama, eles tomaram a Crimeia, com Biden eles estão a tentar levar tudo…e ele nem vai saber que eles levaram”, afirmou, arrancado gargalhadas da plateia.
O ex-chefe de Estado aproveitou para reclamar do apoio financeiro e militar que o executivo norteamericano tem dado a Kiev, repetindo que este conflito não teria acontecido se ele ainda estivesse no poder, uma vez que se “dava muito bem com Vladimir Putin”, o Presidente russo.
Ainda sobre a guerra, Trump indicou que “resolverá” o conflito em menos de um dia antes de voltar a entrar na Casa Branca.
“Antes mesmo de chegar ao Salão Oval, terei a guerra desastrosa entre a Rússia e a Ucrânia resolvida – será resolvida rapidamente.
E não vai demorar mais do que um dia. Sei exactamente o que dizer a cada um deles”, disse.