Donald Trump e Kim Jong Un, eventualmente os mais famosos “inimigos” de estimação dos tempos modernos, encontraram um meio-termo que, a ir adiante, pode pôr fim ao armistício mais longo da história e “desnuclearizar” a península coreana.
POR: Michael Brown, em Nova Iorque
Na Quinta-feira, o presidente dos Estados Unidos aceitou um convite para um encontro, feito por Kim Jong Un, o qual usou um emissário da Coreia do Sul, com cujo governo vem tentando uma aproximação. O anúncio da realização da cimeira, foi feito Quinta-feira, nos jardins da Casa Branca, por Chung Eui-yong, conselheiro para segurança Nacional do Presidente da Coreia do Sul. O acordo está aprazado para Maio, exactamente um mês depois de Kim Jong Un e Moon Jaein, seu homólogo da Coreia do Sul realizarem também eles o seu próprio encontro. O timming da cimeira foi desenhado nestes termos justamente para dar à parte americana, tempo para avaliar o “comportamento” da Coreia do Norte, e o resultado da cimeira entre as duas Coreias.
Apesar do anúncio da realização do encontro indiciar alguma aproximação que de certo modo surpreendeu muita gente, e embora Pyongyang se tenha comprometido a suspender todos os testes com mísseis nucleares, a Casa Branca fez prontamente saber, que as sanções que impôs à Coreia do Norte, continuarão em vigor até que haja um acordo. Peritos dos dois países vão negociar os termos do encontro. Sufocada com as sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU, a Coreia do Norte é citada como estando a olhar para questões como levantamento das mesmas, e retirada das tropas americanas da Coreia do Sul. Esta questão promete criar ondas, na medida em que é quase certo que Washington só vai ceder quando tiver a certeza de que a Coreia do Norte não dispõe de armas nucleares, o qual apenas poderá ser confirmado in situ.
A revelação da realização do encontro apanhou muita gente de surpresa, pois em mais de uma ocasião Donald Trump e Kim Jong Un trocaram mimos, que se por um lado levaram muita gente a pensar que se tratava de pessoas com egos muito grandes, por outro lado expuseram os riscos que uma escalada verbal poderia acarretar. Entretanto, sem admitir que tinha sido surpreendido, sugestão contrariada pela imprensa americana o secretário de Estado Rex Tillerson que está em viagem por África, disse que tratou-se de uma decisão do presidente, que já vinha pensando a esse respeito há algum tempo. Horas antes, Tillerson tinha dito que não só não era prudente, como não era para já viável um encontro entre os dois presidentes.
Um dia antes, Tillerson sugerira que antes de tudo seriam necessárias negociações, para se falar de negociações. Sexta-feria de manhã, ele conversou com o presidente Donald Trump a este respeito. Trump, por sua vez, recebeu telefonemas do presidente da China Xi Jinping para este passo que pode produzir resultados positivos. A surpresa com que a notícia foi recebida também decorre do facto de o próprio presidente da Coreia do Sul ter dito que um encontro com Kim Jong Un seria prematuro. Moon Jae-in recebeu os primeiros convites das mãos da irmã de Kim Jong Un a qual representou o seu país nos jogos olímpicos de inverno recentemente realizados na Coreia do Sul. Aparentemente, e ao que consta, cioso do interesse do vizinho do norte, Moon Jae-in, levou adiante as consultas que resultaram no anúncio feito na Quinta-feira.