Donald Trump e Nikki Haley enfrentam-se, no Sábado, nas primárias republicanas da Carolina do Sul, um Estado especialmente importante para a ex-embaixadora junto da ONU e que poderá ditar o futuro da sua corrida às presidenciais norte-americanas
As eleições de Sábado serão o primeiro confronto directo entre os dois restantes candidatos republicanos desde as eleições de New Hampshire, há um mês, e Haley “jogará” em casa, uma vez que foi governadora da Carolina do Sul durante seis anos antes de deixar o cargo, em 2017, para servir como embaixadora na ONU durante o Governo de Donald Trump.
Apesar dos laços com a Carolina do Sul, Haley enfrenta fortes ventos contrários num Estado onde Trump tem o apoio da maior parte do núcleo do partido, mantém uma liderança substancial nas sondagens recentes e goza de grande popularidade entre a base conservadora.
Apesar das baixas probabilidades de vitória, num momento em que soma já três derrotas consecutivas para Trump, Nikki Haley prometeu permanecer na disputa, independentemente do resultado das primárias de Sábado.
“Eu recuso-me a desistir”, disse Haley, sob aplausos, num evento no seu Estado natal. “A Carolina do Sul votará no Sábado. Mas no Domingo ainda estarei a concorrer à Presidência. Não vou a lugar nenhum”, assegurou.
Ambos os candidatos têm feito ataques violentos mútuos, com Trump a atribuir alcunhas irónicas a Haley e a minimizar o trabalho da candidata.
Já Haley tem questionado cada vez mais a aptidão de Trump para o cargo, criticando mais recentemente os seus comentários sobre a Rússia e a NATO.
Trata-se de um contraste marcante face ao início da campanha, quando a ex-governadora e outros candidatos ao Partido Republicano evitaram criticar Trump directamente.
As primárias da Carolina do Sul são geralmente um indicador de qual candidato ganhará a indicação presidencial republicana. Desde que a versão moderna das primárias do Estado começou, em 1980, praticamente todos os vencedores das primárias republicanas – à excepção de um – ganharam a indicação do partido.
A única excepção foi o ex-presidente da Câmara dos Representantes Newt Gingrich, em 2012. No Sábado, as urnas encerrarão em todo o Estado às 19h00 (hora local).
A Carolina do Sul tem um sistema de primárias abertas, o que significa que qualquer eleitor registado poderá participar nas primárias de qualquer partido.
Contudo, os eleitores só podem participar nas primárias presidenciais de um único partido, pelo que as pessoas que votaram nas primárias democratas de 3 de Fevereiro não poderão votar na disputa republicana.
Apenas cerca de 4% dos eleitores registados votaram na disputa democrata – na qual o actual Presidente, Joe Biden, saiu vencedor – deixando a maior parte do eleitorado, incluindo democratas e independentes que preferem Haley em vez de Trump e não votaram na disputa anterior, elegíveis para votar na corrida republicana.
No total, 50 delegados estarão em jogo e 29 serão concedidos ao vencedor estadual. Até ao momento, Trump domina as primárias republicanas e somou 63 delegados entre Iowa, New Hampshire e Nevada, em comparação com os 17 de Haley.
A disputa de Sábado será a primeira primária presidencial republicana realizada no Estado desde que uma nova lei de votação antecipada foi promulgada em Maio de 2022.
A lei permite que os eleitores votem pessoalmente antes do dia da eleição. Até à noite de Terça-feira, mais de 139 mil eleitores haviam votado.
Terminadas as primárias da Carolina do Sul, a corrida republicana caminhará para o grande evento conhecido como “Super-Terçafeira”, em 5 de Março, quando 15 Estados serão chamados às urnas, incluindo a Califórnia e o Texas, os maiores do país.
A partir de Sábado, ficarão a faltar 142 dias para a Convenção Nacional Republicana em Milwaukee – quando o Partido anunciará o seu candidato presidencial – e 255 dias para as eleições presidenciais, em 5 de Novembro.