O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que vai “ressuscitar” o acordo de minerais com a Ucrânia, que permitiria a Washington explorar as reservas de terras raras em território ucraniano. “Sim, acho que vou ressuscitar esse acordo.
Vamos ver o que acontece, mas vou ressuscitá-lo ou as coisas não vão deixá-lo [Zelensky] muito feliz. E olhe, é hora das eleições”, disse Donald Trump, citado pela CNN, esta quarta-feira à noite no Air Force One.
O chefe de estado norte-americano voltou a pedir a realização de eleições na Ucrânia — algo que não poderá acontecer, segundo a Constituição ucraniana, enquanto não for levantada a lei marcial.
Relativamente ao acordo de cereais, o presidente dos EUA considera que o secretário do Tesouro Scott Bessent foi tratado “bastante de forma rude” numa visita recente a Kiev, de onde regressou sem um acordo firmado.
“Scott Bessent foi lá e foi tratado de forma muito rude, porque, essencialmente, eles disseram-lhe que não e Zelensky estava a dormir e indisponível para se encontrar com ele”, disse Trump.
“Ele [Bessent] viajou muitas horas no comboio, o que é uma viagem perigosa. Ele foi lá para assinar um documento, e quando chegou lá, voltou sem nada.
Eles não assinaram o documento”, lamentou Trump. A administração Trump quer fechar um acordo de exploração dos minerais com a Ucrânia antes de autorizar mais apoio militar dos EUA a Kiev ou avançar com uma tentativa de intermediar negociações formais de paz entre a Ucrânia e a Rússia, avança a Reuters, citando fontes duas fontes conhecedores do processo.
Segundo a agência Reuters, os EUA vão tentar concluir um acordo simplificado nesta fase, e, posteriormente, avançar com um acordo mais detalhado.
O enviado de Trump para a Ucrânia, Keith Kellogg, está, aliás, em Kiev esta semana para discutir os termos de um futuro acordo que permita aos EUA explorar as reservas de terras raras da Ucrânia.
Recorde-se que a Ucrânia rejeitou uma proposta feita pelos Estados Unidos, e que consistia na exploração norte-americana de 50% dos minerais da Ucrânia, nomeadamente grafite, urânio, titânio e lítio — este último um mineral essencial na produção de baterias para os carros elétricos.