O antigo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou as pessoas que travessam a fronteira entre o México e os EUA de trazer “terroristas” e “doenças muito contagiosas”.
“Muitos, muitos terroristas estão a chegar, e pessoas estão a chegar com doenças muito contagiosas”, afirmou, na Quarta-feira, o candidato presidencial, numa entrevista à estação de rádio WABC.
O magnata justificou que, “de repente, há uma onda de casos de tuberculose”, assim como de doenças “de que não falamos há anos neste país”.
Esta retórica tem sido recorrente nos discursos do ex-presidente. Em Dezembro, durante um comício em New Hampshire, Trump acusou os migrantes de estarem a “envenenar o sangue” dos Estados Unidos, ao chegarem “com doenças” e “todas as coisas possíveis que podemos ter”.
Saliente-se, contudo, que a pandemia amplificou as teorias da conspiração sobre a administração de vacinas, ainda que os fármacos tenham provado serem seguros e eficazes no combate a doenças como a Covid-19.
Mas, ainda antes do surto de SARSCoV-2, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já tinha avisado, em 2019, que “a relutância ou recusa na vacinação apesar da disponibilidade de vacinas [ameaçava] reverter o progresso alcançado no combate às doenças evitáveis pela vacinação”.
“O sarampo, por exemplo, teve um aumento de 30% no número de casos em todo o mundo. As razões para este aumento são complexas e nem todos estes casos se devem à hesitação vacinal.
No entanto, alguns países que estavam perto de eliminar a doença assistiram a um ressurgimento”, elencou. Além disso, Trump acusou ainda os migrantes de trazer consigo “terroristas” para os Estados Unidos, tendo alegado que as pessoas que atravessam a fronteira falam línguas desconhecidas.
“Não temos ideia de quem são, de onde vêm. Não temos ideia. Falam línguas que nem conhecemos. Temos pessoas com línguas sobre as quais nada sabemos. É uma loucura”, disse.
Esta é outra das ‘cartadas’ de Trump, que acusa frequentemente os migrantes de virem de “instituições mentais” e até mesmo de “manicómios”.
Na convenção anual da National Rifle Association, Trump argumentou que, se fosse o líder de um país sul-americano, enviaria criminosos e prisioneiros para os Estados Unidos “mais rápido do que eles”.
“Aqueles da América do Sul que estão a enviar todos os seus criminosos, prisioneiros e gangues para o nosso país – de forma inteligente. Eu faria a mesma coisa se estivesse lá.
Eu faria o mesmo. Eu faria isso mais rápido que eles”, disse. O ex-presidente, que prometeu apoiar e trabalhar em estreita colaboração com as autoridades locais nas comunidades fronteiriças, permaneceu vago sobre as medidas que aplicaria para reforçar a segurança da fronteira com o México, mas não se coibiu de criticar o actual Presidente, Joe Biden.