O ex-presidente norte-americano, Donald Trump, lançou, ontem, a sua campanha eleitoral para as presidenciais de 2024, prometendo que o actual chefe de Estado, Joe Biden, não conseguirá mais quatro anos de Governo, anuncia a agência Reuters
“Esta campanha é sobre o futuro, sobre problemas.
Joe Biden pôs os Estados Unidos da América (EUA) no caminho rápido para a ruína e para a destruição e vamos garantir que não consegue mais quatro anos”, afirmou Trump em Colúmbia, no Estado da Carolina do Sul, cerca de dois meses e meio após ter anunciado a sua recandidatura à Casa Branca.
Segundo Trump, “precisamos de um líder que se levante pela América. (…) Juntos, completaremos o trabalho inacabado de tornar a América grande novamente”, sendo aplaudido por apoiantes que o esperaram durante horas.
Depois de uma paragem no Estado de New Hampshire, onde afirmou estar “mais comprometido” do que nunca em reconquistar a Casa Branca, Trump seguiu para a Carolina do Sul, onde apresentou a sua equipa estatal, fazendo assim duas aparições em estados importantes de votação antecipada.
Em New Hampshire, o Republicano, que disse estar “mais furioso do que nunca”, promoveu a sua agenda de campanha, onde se inclui as questões de imigração e crime que afectam o país, e disse que as suas políticas seriam opostas às de Joe Biden.
Na Carolina do Sul, Trump voltou a reforçar as mesmas questões, advogando que, sob a sua Presidência, os Estados Unidos tiveram “a fronteira mais forte na história”, com “quilómetros e quilómetros de muro construídos” mas, “agora, o tráfico de droga está dez vezes maior do que há dois anos”.
Saltando rapidamente entre assuntos, o magnata Republicano passou de críticas a Biden e aos Democratas a comentários depreciativos sobre cidadãos transexuais, fez troça de pessoas que promovem o uso de carros eléctricos.
Relembrou os seus esforços enquanto serviu como Presidente para aumentar a produção de petróleo, fechar acordos comerciais e baixar a imigração na fronteira EUA-México. Embora Trump continue a ser o único candidato presidencial declarado em 2024, os possíveis adversários Republicanos, incluindo o governador da Florida, Ron De Santis, o ex-vice-presidente Mike Pence e a ex-governadora da Carolina do Sul, Nikki Haley, que foi embaixadora de Trump nas Nações Unidas, só devem iniciar as suas campanhas nos próximos meses.
O evento de hoje [ontem] na Carolina do Sul foi, de certa forma, fora do registo de Trump, que habituou o público a grandes comícios.
Grandes eventos de campanha são dispendiosos e Trump acrescentou novos desafios financeiros à sua corrida quando decidiu anunciar a sua recandidatura em Novembro – muito antes do período esperado.
Isso deixou o Republicano sujeito a regulamentos rígidos de arrecadação de fundos, o que limita o financiamento de tais eventos – que podem custar vários milhões de dólares. Desde que anunciou ser candidato, em Novembro de 2022, Trump limitou as suas aparições públicas de campanha a eventos íntimos na sua propriedade em Mar-a-Lago, na Florida, e em eventos virtuais.
As visitas à Carolina do Sul e a New Hampshire ocorrem quando a campanha de Trump enfrenta críticas, mesmo entre alguns aliados de longa data, devido ao perfil discreto que tem mantido desde o anúncio.
Trump permaneceu popular na Carolina do Sul durante todo o seu mandato, depois da sua vitória decisiva nas primárias de 2016 naquele Estado o ter ajudado a consolidar o seu estatuto perante rivais.
Nesta nova recandidatura à Casa Branca não está claro o quão amplo é o apoio que obterá no Estado, embora Trump tenha pelo menos um apoiante de alto nível entre a liderança do Partido Republicano da Carolina do Sul.
Na noite em que Trump anunciou a sua candidatura para 2024, o governador da Carolina do Sul, Henry McMaster, indicou que apoiará novamente o ex-presidente.
A campanha de recandidatura de Trump que já passou por dois processos de destituição surge num momento em que o Republicano continua envolvido em múltiplas investigações políticas e criminais, como é o caso do ataque ao Capitólio e dos documentos confidenciais que mantinha na sua mansão em Mar-a-Lago.