“Apesar das perdas significativas, o inimigo lançou as unidades de assalto mais preparadas do grupo Wagner, que estão a tentar destruir as defesas das nossas tropas e cercar a cidade”, disse Syrsky na plataforma de mensagens Telegram do Centro Militar de Media da Ucrânia
Segundo denunciou o coronel ucraniano, as forças russas estão a tentar cortar as linhas de abastecimento das defesas ucranianas perto de Bakhmut e a intensificar os ataques, com o objectivo de os forçar a render-se e a retirarse.
Já na semana passada, as autoridades ucranianas tinham denunciado que Moscovo teria aumentado o número de militares na região e que estava a bombardear povoações nas imediações da cidade.
“No último dia, os nossos soldados repeliram mais de 60 ataques inimigos”, adiantou ainda Syrsky, referindo-se a Bakhmut e áreas próximas do Leste do país, como as aldeias de Yadhidne e Berkhivka, nos acessos ao Norte da cidade.
Volodymyr Zelensky também manifestou preocupação com a situação “cada vez mais difícil” em Bakhmut, na região de Donetsk, praticamente controlada pelas forças russas.
“O inimigo está a destruir, constantemente, tudo o que pode ser usado para proteger as nossas posições”, declarou na Segunda-feira o presidente ucraniano, durante o habitual discurso nocturno.
Alguns dos combates mais violentos de que há registo, desde que a Rússia atacou a Ucrânia, ocorreram em Bakhmut, na região ucraniana de Donetsk, parte da qual está sob o controlo da Rússia e dos aliados separatistas.
Nos últimos tempos, os esforços das forças russas para tomar a cidade industrial têm intensificado. Segundo o líder separatista da auto-proclamada República Popular de Donetsk, Denis Pushilin, “praticamente todas as estradas” para a cidade estavam “sob controlo de fogo [russo]”.
Na Segunda-feira, Serhii Cherevatyi, porta-voz do Grupo Oriental das Forças Armadas da Ucrânia, afirmou à televisão ucraniana que “Bakhmut continua a ser o epicentro do ataque do inimigo”.
As forças russas “estão a concentrar-se em abater a nossa defesa. Em particular, no área de povoações como Dubovo-Vasylivka, Yahidne, Ivankivske e Pivnichne”, todas a Oeste de Bakhmut. “Houve 300 ataques de vários tipos de artilharia nesta zona da linha da frente.
Houve 60 confrontos de combate, onde o inimigo perdeu 63 militares e ficou com 141 feridos de gravidade variável”.
O chefe do grupo paramilitar russo Wagner, Yevgueni Prigozhin reivindicou, no Sábado, a captura pelos seus homens da aldeia de Iaguidne, localizada nos arredores a Norte de Bakhmut.
Desde o verão, é de sublinhar, que as tropas russas tentam conquistar Bakhmut, devido à sua incontestada importância estratégica, com a cidade a tornar-se um símbolo da luta pelo controlo da região de Donbass, no Leste da Ucrânia.
As forças russas tentam, há várias semanas, cercar Bakhmut e conseguiram já cortar várias estradas importantes para o abastecimento das tropas ucranianas.