O tribunal “ordenou a detenção da antiga primeira-ministra, Sheikh Hasina, e a sua comparência em tribunal” no dia 18 de Novembro, declarou aos jornalistas Mohammad Tajul Islam, procurador-geral do Tribunal Internacional para os Crimes (ICT) do Bangladesh, segundo a Lusa.
Sheikh Hasina, 77 anos, e o seu governo foram acusados de violações maciças dos direitos humanos, incluindo detenções arbitrárias e execuções extra-judiciais de opositores políticos.
A antiga chefe de governo esteve à frente dos que cometeram massacres, assassínios e crimes contra a humanidade entre Julho e Agosto, afirmou Mohammad Tajul Islam. Hasina não foi vista em público desde que deixou o Bangladesh.
A sua última localização conhecida é uma base aérea militar perto da capital indiana, Nova Delhi. A sua presença na Índia suscitou a ira do Bangladesh e Daca cancelou o seu passaporte diplomático.
Os dois países assinaram um tratado bilateral de extradição que, em teoria, permite o seu regresso ao Bangladesh para ser julgada. No entanto, uma cláusula do tratado prevê que a extradição pode ser recusada se o crime for de “natureza política”.
O Tribunal Internacional de Crimes foi criado por Hasina em 2010, inicialmente para investigar as atrocidades cometidas durante a guerra de independência contra o Paquistão, em 1971.
Este controverso tribunal, frequentemente criticado por organizações de defesa dos direitos humanos, condenou à morte mais de uma centena de pessoas durante os governos de Hasina, incluindo vários dos seus opositores. O tribunal está actualmente a examinar as acusações contra Sheikh Hasina de ter organizado o “assassínio em massa” de manifestantes.