Num comunicado divulgado no Sábado, o Ministério Público anunciou o alargamento da investigação que recai sobre todos eles pelos crimes de “levantamento armado contra a segurana e soberania do Estado, terrorismo, atentados contra a segurança do Presidente e outros dignitários, destruição ou deterioração de bens do Estado e utilização indevida de bens e serviços públicos”.
A investigação foi, formalmente, classificada como “Golpe de Estado III” e os três principais autores da revolta Juan José Zúñiga, o ex-comandante da Marinha, Juan Arnez, e o ex-comandante da Brigada Mecanizada do Exército, Alejandro Irahola foram colocados em prisão preventiva.
O mesmo aconteceu também no caso do “ideólogo” Aguilar Gómez, apesar da contestação do seu advogado de defesa, que teme pelo delicado estado de saúde do seu cliente, de 71 anos, que até agora se encontrava em prisão domiciliária.
No Sábado, numa audiência de recurso, um juiz de Cochabamba negou a liberdade ao ex-comandante Zúñiga, que irá continuar detido na prisão de El Abra. A classificação de “Golpe de Estado III” surge na sequência dos casos “Golpe de Estado I”, referente à renúncia forçada do Presidente Evo Morales em 2019, e “Golpe de Estado II”, pela auto-proclamação de Jeanine Áñez, nesse mesmo ano, como “presidente transitório do Estado”.
Uma tentativa de golpe de Estado abalou, no passado dia 26 de Junho, a Bolívia, país sul-americano que enfrenta uma grave crise económica, com um grupo de militares a insurgir-se contra o Governo de Luis Arce.
O Presidente disse acreditar que a tentativa de golpe de Estado se deveu a ter demitido Zúñiga, a 25 de Junho, por ter “violado a constituição política do Estado” com declarações numa entrevista que não estava autorizado a conceder.