Um tribunal na Nigéria aceitou esta quartafeira, que as autoridades eleitorais reconfigurem as máquinas usadas nas eleições presidenciais, rejeitando o pedido da oposição para uma inspecção antes da reconfiguração, motivada pelas falhas durante o processo eleitoral, informou a Reuters
A decisão judicial deverá ser o primeiro passo numa longa batalha legal que vai seguir-se à vitória de Bola Tinubu, o candidato do partido no poder, nas presidenciais de 25 de Fevereiro.
Tinubu, antigo governador de Lagos, ganhou com 8,8 milhões de votos na corrida para suceder ao Presidente, Muhammadu Buhari, contra 6,9 milhões para Atiku Abubakar, candidato do principal partido da oposição (PDP), e 6,1 milhões para Peter Obi, do Partido Trabalhista, o candidato mais apoiado pela juventude, segundo a agência France-Presse.
As eleições foram marcadas por graves falhas técnicas e numerosos atrasos na transmissão electrónica dos resultados, causando muitas críticas entre os eleitores, principalmente entre os apoiantes dos dois opositores que contestaram os resultados, alegando que houve “manipulação” dos resultados.
Obi chegou mesmo a pedir aos tribunais para inspeccionarem as máquinas utilizadas pela Comissão Eleitoral no dia da votação para a transferência electrónica dos resultados.
No entanto, o tribunal respondeu que o pedido “não pode ser concedido, uma vez que resultará numa limitação da Comissão Eleitoral, impedindo-a de utilizar as máquinas” numa sondagem marcada para sábado, disse o tribunal de Abuja.
“A necessidade de reconfigurar os dispositivos para a realização de eleições de governadores e assembleias estatais não pode ser limitada por uma ordem de inspecção”, argumentou o juiz Haruna Tsamani.
No passado, as eleições nigerianas foram frequentemente manchadas por suspeitas de fraude e compra de votos, lembrou a agência noticiosa francesa.