Em Varsóvia, o sentimento antialemão está a crescer, e a “suspeita” da República Federal da Alemanha está a afectar o planeamento militar polaco, segundo o Serviço de Inteligência Externa da Rússia (SVR, na sigla em russo), que cita o director do serviço, Sergei Naryshk
“Junto com as aspirações anexionistas em relação às regiões ocidentais da Ucrânia, o sentimento anti-alemão e temores sobre possíveis reivindicações revanchistas de Berlim contra os antigos territórios alemães estão a crescer em Varsóvia, em se tratando da Polónia após Segunda Guerra Mundial.
‘A suspeita’ em relação à Alemanha já está a afectar o planeamento militar polaco”, disse a assessoria de imprensa do Serviço de Inteligência Externa da Rússia.
O relatório assinala que a Polónia está de facto a ser transformada no Estado do político Jozef Pilsudski (um revolucionário polaco, o primeiro chefe do Estado da Segunda República Polaca) “a hiena da Europa”, quando Varsóvia estava em conflito com todos os seus vizinhos e procurava expandir-se.
Além disso, o SVR afirmou que tem informações de que o tema do realinhamento geopolítico, incluindo a revisão das fronteiras, está a ficar cada vez mais agudo para a Polónia no contexto da crise ucraniana.
Entre outras coisas, a Polónia, no contexto do sentimento anti-alemão, realizou exércitos militares para repelir o ataque de um inimigo condicional do Oeste, informou a imprensa do Serviço de Inteligência Externa da Rússia.
“O Estado-Maior Geral das Forças Armadas polacas no final de Março organizou exércitos para praticar as acções no caso de um ataque militar na direção ocidental.
[…] Uma ofensiva está a ser preparada para capturar a cidade de Szczecin e o seu porto, bem como o aeroporto de Szczecin-Goleniow”, segundo o serviço russo.
“A defesa é realizada por três brigadas das Forças Armadas polacas na área de Tanowo-Pargowo.
A principal tarefa é conter o ataque do inimigo”, observou o SVR.
O serviço russo observou que, quando as forças inimigas avançaram com sucesso, as Forças Armadas polacas planearam medidas para destruir pontes e minar o território para limitar o ataque de um inimigo convencional.