A notícia de que Londres aceitou pagar até 55 bilhões de euros para sair da União Europeia (UE) irritou aliados e críticos do Governo britânico e espalhou o argumento de que o Brexit seria barato.
Se, há alguns meses, o ministro das Relações Exteriores, Boris Johnson – principal, rosto da campanha a favor do Brexit – ironizava a UE a respeito do valor a ser pago, agora, o Governo britânico aceitou pagar a quantia a título de compromissos orçamentários já assumidos, ou pensões dos funcionários europeus, entre outras facturas.
Terça-feira, o jornal Daily Telegraph revelou os valores – entre 45 bilhões e 55 bilhões de euros – e o acordo. O veículo citou duas fontes segundo as quais o acordo foi alcançado na semana passada em Bruxelas, mas o montante final dependerá de “como as partes calcularem a cifra, com base numa metodologia comum”.
Os críticos do Governo e da saída da UE aproveitaram o recuo do Governo da primeira-ministra Theresa May para recordar as promessas feitas antes do referendo de 26 de Junho de 2016. “É um símbolo enorme da impossibilidade de materializar o Brexit nos termos como foi vendido para o povo britânico”, constatou o deputado trabalhista Chuka Umunna à rádio BBC.