Na semana passada, o chanceler alemão, Olaf Scholz, com o presidente da França, Emmanuel Macron, anunciaram que a UE usará os lucros dos activos russos para armar a Ucrânia. Ontem (20), o chefe da política externa do bloco europeu, Josep Borrell, apresentou um plano para usar estes recursos
Nessa Quinta-feira (21), o Kremlin afirmou que a Rússia tomará medidas retaliatórias de acordo com os seus próprios interesses e usará todos os mecanismos legais à sua disposição se a União Europeia levar os planos adiante.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, fez os comentários antes de uma reunião de líderes da UE na qual o assunto será discutido.
“Naturalmente, usaremos todos os mecanismos judiciais possíveis, aqueles que estão disponíveis agora e todos aqueles que estarão disponíveis no futuro […] e com base na reciprocidade não retaliaremos na mesma moeda, mas escolheremos métodos diferentes de uma forma que corresponda aos nossos próprios interesses”, disse Peskov.
O planejamento feito por Borrell consiste no envio de uma proposta aos Estados-membros sob a qual seria enviado 90% das receitas para o Mecanismo Europeu para a Paz – que é usado principalmente para reembolsar os governos por compras militares com destino à Ucrânia.
Os restantes 10% seriam enviados para o orçamento regular da UE, acrescentou o diplomata, segundo a Bloomberg.
A Europa congelou mais de 200 biliões de euros em activos congelados e as receitas extraordinárias ascendem a cerca de 2,5 a 3 biliões de euros por ano, dependendo dos níveis das taxas de juro.
Alguns Estados-Membros da UE ainda estão a pressionar para ir mais longe e confiscarem, eles próprios, os bens imobilizados da Rússia, mas existem obstáculos legais significativos para tal medida e resistência por parte de alguns países.
A representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, comentou que a entrega dos rendimentos dos activos russos bloqueados para apoio financeiro e militar ao governo ucraninao será considerada roubo.