É o que afirmou, entre esse Sábado (27) e Domingo (28), o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov. “A Malásia expressou interesse em fortalecer contactos com o BRICS. Apoiamos, activamente, esse interesse e, como presidente, ajudaremos a promover esse interesse”, disse o ministro durante uma conferência de imprensa após a sua visita à Malásia.
Adesão pausada
No final de Junho, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que os países do BRICS decidiram fazer uma pausa na admissão de novos membros. “Por uma esmagadora maioria de votos [numa reunião dos chanceleres dos países do BRICS em Nizhny Novgorod], foi decidido fazer uma pausa com os novos membros para ‘digerir’ os recém-chegados, que duplicaram a composição do grupo”, afirmou Lavrov.
BRICS é peça importante para derrubar a ordem internacional
De acordo com Pramod Rai, professor assistente de Ciência Política em Raja Rammohun Roy Mahavidyalata, Hooghly, Bengala Ocidental, o BRICS já reúne, em 2024, 45% das terras de todo o planeta e 46% do produto interno bruto (PIB) global, cerca de 25% do comércio global, 32% da produção mundial de gás natural, 43% do petróleo bruto de reservas e 38% das importações globais de petróleo, o que demonstra um caminho pavimentado para a construção de uma ordem mundial inclusiva e sem confronto.
“Há um debate em curso sobre o facto de o BRICS dever ser um passo revolucionário radical para derrubar o presente. A ordem internacional orientada para o Ocidente. […] o desejo de adesão está crescendo, especialmente por parte dos países do Sul global, ainda tem muito que fazer para demonstrar todas as suas capacidades e racionalidade.
É claro que o maior desafio para os [países do] BRICS não é seguir ou se tornar o modelo e os mecanismos ocidentais típicos no seu funcionamento. Não apenas expandir através de números, mas mostrar o pragmatismo e obter resultados deve ser o objectivo mais elevado na actual conjuntura”, explica o especialista.
Para Rai, desde a sua criação, em 2009, o BRICS tem comportamento inclusivo e evita qualquer confronto com qualquer partido que se manifeste, porque compreende a sua importância global. “Penso que, independentemente do partido e dos líderes, a importância do BRICS permaneceria na parte superior, o que simplesmente não pode ser evitado”, disse Pramod Rai.
Segundo ele, o futuro da cooperação eurasiática contribuiria, de facto, enormemente, para a natureza da nova ordem mundial multilateral-multipolar. A Rússia é um Estado indispensável e uma potência influente da região, o que obviamente deveria ser para os seus maiores interesses geoeconómicos e geopolíticos, acrescentou.
Uma vez que a China já activou os seus programas e políticas comerciais junto à Rússia, a Índia também deverá acelerar os seus movimentos na região, ressaltou o especialista.