A secretária-geral da Confederação europeia dos sindicatos, Esther Lynch, foi convidada pelas autoridades tunisinas, Sábado, a deixar a Tunísia, por declarações qualificadas de ingerência flagrante nos assuntos internos do país.
Segundo um comunicado da presidência, o Presidente tunisino, Kais Saied, ordenou a expulsão da principal responsável sindical da União Europeia (UE), por ter participado numa manifestação organizada pela União Geral Tunisina do Trabalho (UGTT) e emitiu declarações que constituem uma ingerência flagrante nos assuntos internos da Tunísia.
As autoridades deram-lhe 24 horas para deixar a Tunísia, onde passou a ser considerada ‘persona non grata’, segundo a mesma fonte.
A responsável sindical participou numa manifestação na cidade portuária de Sfax (centro-leste), em protesto contra a prisão, no final de Janeiro, de Anis Kaabi, importante responsável sindical local, e contra a degradação da situação económica.
“Dizemos aos governos: não toquem nos nossos sindicatos, libertem os nossos dirigentes”, disse Lycnh ao dirigir-se à multidão.
Saied concentra todos os poderes desde há 18 meses e impôs uma revisão constitucional para reduzir os poderes do parlamento e regressar a um sistema ultra-presidencial semelhante ao que vigorava no país magrebino antes da Revolução de 2011 e a queda de Ben Ali.
Para além das divisões políticas que este processo originou, o país assiste a uma acelerada deterioração da economia, com uma forte inflação (mais de 10%) e agravamento da dívida.