Os congressistas republicanos da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos pediram, ontem, mais pormenores sobre quem está a comprar os quadros de Hunter Biden, filho do presidente norte-americano, Joe Biden, informou a Reuters.
O congressista James Comer solicitou uma entrevista com Georges Bergès, o negociante de arte que exibe o trabalho de Hunter Biden nas galerias de Nova Iorque e Los Angeles desde 2021.
O novo presidente do Comité de Supervisão da Câmara dos Representantes solicitou conversas entre as galerias e a Casa Branca, citando preocupações republicanas de que Hunter Biden está a negociar o nome do pai.
“Apesar de ser um artista novo, Hunter Biden recebeu quantias exorbitantes de dinheiro a vender as suas obras de arte, as identidades dos compradores permanecem desconhecidas e você parecer ser o único detentor dos registos dessas transacções lucrativas”, disse Comer, citado numa carta enviada para Bergès.
O escritório de advogados que defende a Casa Branca e um representante do filho do chefe de Estado ainda não comentaram o caso.
O pedido do Comité de Supervisão ocorre quando Comer e os republicanos intensificam as suas investigações sobre membros da família Biden e os seus negócios.
Os republicanos já haviam solicitado informações a Bergés antes, mas esses pedidos foram ignorados quando o seu partido estava em minoria.
A Administração Biden disse que estabeleceu um acordo nos primeiros dias da presidência que permite a Hunter Biden vender as suas obras de arte sem saber a identidade do comprador.
Funcionários disseram que isso evitaria qualquer envolvimento ético com as vendas. Segundo o acordo, o proprietário de uma galeria de arte privada define preços para os trabalhos do filho de Biden e lida com as licitações e vendas, mas não partilha nenhuma informação sobre compradores ou possíveis compradores.
Bergès também concordou em rejeitar qualquer oferta que considerasse suspeita ou que ultrapassasse o preço base. Os preços dos quadros de Hunter Biden, de acordo com Comer, variam de 55.000 (50.000 euros) a 225.000 dólares (206.000 euros) por peça na galeria do SoHo, onde a sua última colecção estreiou no início de Janeiro.
As pinturas retratam, geralmente, flores e árvores abstractas com o uso de uma mistura de tinta e acrílico sobre metal.
“É preocupante que o filho do presidente Biden seja o destinatário de transacções anónimas de alto valor potencialmente de compradores estrangeiros sem nenhuma responsabilidade ou supervisão (além de você).
O povo americano merece transparência em relação a certos detalhes sobre as caras transacções de arte de Hunter Biden”, escreveu Comer.
Os impostos e os negócios externos de Hunter Biden já estão sob investigação federal por um grande júri de Delaware.
Também a sua participação no conselho de administração de uma empresa de energia ucraniana e os seus esforços para fechar negócios na China levantam dúvidas.