Numa nova tentativa de decidir a presidência do Congresso estadunidense, o Partido Republicano concordou em nomear um novo candidato. O escolhido, desta vez, é Mike Johnson, representante do Estado da Louisiana e figura, até então, relativamente desconhecida do público norte-americano. A votação deveria ocorrer nessa Quarta-feira (25)
Após três tentativas falhadas, em que um candidato (Jim Jordan) não conseguiu angariar os 217 votos necessários para se estabelecer como líder do Congresso, e os outros dois (Steve Scalise e Tom Emmer) nem tentaram colocar as suas candidaturas a votação, os republicanos escolheram Mike Johnson após uma nova ronda de discussões internas.
Johnson, que tem o poder de decidir quando quer que a sua votação oficial ocorra, está confiante na sua vitória e queria marcar a eleição para essa Quarta-feira (25).
Actualmente o Partido Republicano detém 221 dos 435 assentos na Câmara dos Representantes, casa baixa do legislativo estadunidense. No entanto, discordâncias internas entre facções mais moderadas e mais extremistas, aliadas ao ex-presidente Donald Trump, tem impedido que o partido decida o líder do Congresso desde o impeachment de Kevin McCarthy, iniciado por deputados de seu próprio partido.
Sem um líder na casa legislativa, a Câmara norte-americana se encontra num estado de paralisia, uma vez que é função do líder iniciar até mesmo os procedimentos mais básicos, como votações de lei.
Sem o presidente do Congresso, os deputados estadunidenses não conseguem votar em temas como auxílio à Ucrânia e a Israel, e na lei orçamentária do próximo ano.
Desconhecido do público, Mike Johnson tem reconhecimento de facção pró-Trump Até então, as tentativas de eleger um novo líder foram, principalmente, dificultadas pela ala aliada ao ex-presidente Donald Trump do partido. No entanto, a nomeação de Mike Johnson pode alterar esse cenário.
Apesar de ser pouco conhecido do público, Mike Johnson é influente dentro do Congresso, reconhecido por ser um deputado inteligente e activo nos bastidores.
Em 2022, um artigo do The New York Times o chamou de “o arquitecto mais importante das objecções do colégio eleitoral”, em referência à tentativa de Trump de contestar o resultado das eleições.
Johnson e seus aliados, ao invés de focar em fraudes de votos como o campo mais extremista, alegaram que as mudanças nas leis eleitorais de certos Estados durante a pandemia eram inconstitucionais, o que anularia votos do actual presidente americano, o democrata Joe Biden.
Esse facto pode dar-lhe o apoio do ex-presidente Donald Trump que, apesar de enfrentar processos perante a lei americana, ainda é uma figura bastante influente no cenário político do país.
Se isso acontecer, Mike Johnson pode deixar de ser um deputado desconhecido e se tornar o mais importante legislador do país.