Os Estados Unidos vão ficar sem o seu representante máximo nas negociações com a Coreia do Norte, Joseph Yun, que se retira do cargo por “decisão pessoal”
A saída de Joseph Yun, 63 anos, com uma carreira de 34 anos no serviço externo norte-americano, acontece numa altura em que os Estados Unidos estão sem embaixador na Coreia do Sul.
A porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, assegurou, ontem, Quarta-feira, 28, que são “erradas” as informações que circulam na imprensa segundo as quais a saída de Yun é mais uma prova do desconforto generalizado entre os diplomatas com a sua perda de poder desde a chegada de Donald Trump à Casa Branca.
Nauert também rejeitou que a saída de Yun ponha em perigo a gestão da crise com a Coreia do Norte e, embora tenha evitado confirmar se o responsável será substituído, enfatizou que existem outros especialistas neste campo que poderão fazer o seu trabalho.
“O Departamento de Estado tem 75 mil pessoas em todo o mundo. Insinuar que o embaixador Yun é o único que é capaz de lidar com o tema da Coreia do Norte é simplesmente errado”, afirmou Heather Nauert.
Entre as pessoas “muito experientes”, a porta-voz referiu a Secretária Adjunta Susan Thornton, agora nomeada como Secretária Adjunta da Ásia-Pacífico. Yun foi o enviado especial dos Estados Unidos para a Coreia do Norte que em Junho do ano pas-sado conseguiu a libertação do estudante norte-americano Otto Warmbier, detido há 17 meses, que estava em coma e que morreu logo após o seu regresso aos Estados Unidos.
A saída do diplomata veterano deixa Washington sem uma peçachave na política para a Coreia do Norte, quando ainda não há embaixador nem candidato indicado para a Coreia do Sul. Nos Jogos Olímpicos de Inverno da Coreia do Sul, a falta de um embaixador dos Estados Unidos foi notória, depois de Trump ter decidido não nomear Victor Cha por este ter dito que rejeitava um ataque preventivo contra as instalações nucleares da Coreia do Norte.