O grupo paramilitar das Forças de Apoio Rápido (RSF) anunciou, ontem, a libertação de um número não especificado de civis que estavam presos pelo exército do Sudão e o controlo de um acampamento militar na capital sudanesa, anunciou a AFP.
De acordo com o comunicado, citado pela agência de notícias EFE, o grupo paramilitar libertou vários “inocentes” das prisões do exército sudanês num acampamento blindado na zona de Al Shagara, próxima da capital, Cartum.
Na nota, as RSF dizem que os civis libertados estão em condições físicas e psicológicas “muito más” por terem estado sujeitos a “tortura durante mais de quatro meses”, e tiveram de receber cuidados hospitalares.
Para além da libertação dos civis, as RSF anunciaram também “uma grande vitória na batalha pelo controlo do armamento em Cartum”.
Acrescentam que causaram “grandes perdas materiais e baixas humanas entre as milícias golpistas de Al-Burhan”, referindo-se ao exército sudanês, liderado por Abdel Fattah Al-Burhan.
No entanto, o exército sudanês rejeita esta vitória e diz, por seu lado, que o resumo das operações de Segunda-feira se traduz em “grandes perdas” de armas e munições do lado das “milícias rebeldes” que há dois dias tentam tomar o acampamento militar.
“As forças do exército perseguiram os rebeldes em fuga e asseguram toda a zona, dominando o local por completo”, disse o porta-voz do exército, Nabil Abdalá, citado pela EFE.
Desde 15 de Abril, as duas partes estão envolvidas num dos piores conflitos da história recente do Sudão que causou entre 1.000 e 3.000 mortos, segundo diferentes estimativas, e obrigou mais de 4,5 milhões de pessoas a deslocarem-se para dentro e para fora do país.