Presidente Jacob Zuma anunciou que deixava liderança do partido no último Sábado e, ontem após um enorme suspense, o Congresso Nacional Africano (ANC, sigla em inglês) anunciava o novo líder: Cyril Ramaphosa. Ex-esposa de Zuma, Nkosazana Dlamini-Zuma, era a derrotada.
Cyril Ramaphosa, vice-presidente da África do Sul, foi eleito substituto Presidente do ANC, substituindo Jacob Zuma na liderança do partido Congresso Nacional Africano (ANC, sigla em inglês), que venceu todas as eleições presidenciais desde o início do período democrático em 1994.
Zuma anunciou, no último Sábado, a sua retirada da liderança do partido. Com a vitória, Ramaphosa provavelmente será o próximo Presidente do país, após as eleições de 2019. Ramaphosa, ex-líder sindical de 65 anos, que se tornou empresário e é uma das pessoas mais ricas do país, derrotou Nkosazana Dlamini-Zuma, exministra e ex-mulher do Presidente Zuma, nas eleições internas do partido.
Segundo a agência France Presse, Ramaphosa conquistou 2.440 votos contra os 2.261 de Nkosazana. A eleição foi descrita como o momento mais importante para o partido desde que formou o Governo de maioria negra sob liderança de Nelson Mandela, há 23 anos. A Presidência de Zuma, marcada por acusações de corrupção que ele nega, manchou a imagem do ANC e levantou a perspectiva de divisões no partido.
Dlamin Zuma, derrotada na 54.ª conferência nacional do ANC reunida em Joanesburgo, segundo a agência noticiosa espanhora, EFE, era considerada uma candidata de continuidade face ao atual Executivo, enquanto Ramaphosa possui um perfil mais moderado no interior do partido e era a opção favorita do sector empresarial.
O novo senhor ANC
Matamela Cyril Ramaphosa, nasceu em Joanesburgo a 17 de Novembro de 1952. É um político sul-africano, empresário, activista e líder sindical que serve como vicepresidente no Governo do Presidente Jacob Zuma, desde 25 de Maio de 2014 à atualidade. Ramaphosa recebeu o Prémio Olof Palme em Estocolmo, em 1987. Em 2007 foi considerado pela revista Time como uma das 100 pessoas mais influentes daquele ano no mundo.
A paixão de Ramaphosa sempre foi a política. Em 1994, achou que poderia ser ele o número dois de Mandela, mas quando foi preterido afastou-se, recusando fazer parte do governo. Dedicouse então aos negócios e tornou- se um empresário de sucesso; é hoje um dos homens mais ricos do país. Ramaphosa prometeu lutar contra a corrupção e revitalizar a economia.
Quando a sua vitória foi anunciada, Ramaphosa emocionou-se, enquanto os seus apoiantes gritaram em júbilo. Um jornalista filmou a cara do Presidente Zuma: não era de agrado. A vitória da sua exmulher era vista como uma garantia de protecção a novas investigações. Mas pouco depois, um abraço entre Ramaphosa e Dlamini- Zuma foi um sinal, para a emissora britânica BBC, de que pelo menos por agora as diferenças vão ser esquecidas.