O primeiro-ministro do Qatar afirmou hoje no Fórum de Davos que o único caminho das negociações diplomáticas da guerra em Gaza centra-se num cessar-fogo para a troca de reféns e presos O primeiro-ministro do Qatar afirmou ontem no Fórum de Davos que o único caminho das negociações diplomáticas da guerra em Gaza centra-se num cessar-fogo para a troca de reféns e presos, segundo a Lusa.
“Neste momento só há um caminho [diplomático], que é um caminho activo e é aquele relacionado aos reféns. Um cessar-fogo com a troca de reféns [israelitas] por presos [palestinianos], afirmou Mohammed bin Abdul Rahman Al-Thani, que também é ministro dos Negócios Estrangeiros do Qatar.
O dirigente do Qatar — um dos principais mediadores da guerra na Faixa de Gaza – referiu que continua a haver “dificuldades” neste caminho, que “infelizmente cai sob o escrutínio” por parte de algumas partes no conflito.
Desde o fim da trégua de apenas uma semana no final de novembro entre Israel e o Hamas – quando reféns raptados pelo grupo islamita e outras fações palestinianas em Gaza foram trocados por prisioneiros palestinianos em Israel — ocorreram diversas conversações para um outro cessarfogo, mas todas falharam.
O Egipto também lidera esta mediação e apresentou um plano com três eixos, composto pelo cessar-fogo e a troca de prisioneiros, bem como uma proposta para um governo de reconciliação nacional palestiniano em Gaza.
Entretanto, estas conversações foram suspensas depois de um ataque atribuído a Israel ter matado o número dois do gabinete político do Hamas, Saleh al-Arouri, nos arredores de Beirute, no início de Janeiro.
Al-Thani observou ainda que Gaza “não existe mais. Não há nada”, dado o “bombardeamento em massa” que o enclave palestiniano tem sofrido.
“Uma cidade inteira precisa de ser reconstruída”, disse o dirigente catari, referindo-se a uma possível conferência de doadores para a reconstrução de Gaza.
“A guerra em Gaza e mesmo a resposta da comunidade internacional foram, infelizmente, muito decepcionantes para a região e para o povo local”, disse, acrescentando que “pela primeira vez na história recente, até mesmo o apelo ao fim das hostilidades tornou-se uma situação controversa”.
O primeiro-ministro do Qatar também se referiu às declarações dos ministros do Governo israelita que “apelam pelo genocídio do povo palestiniano”.
Al-Thani afirmou que não vê uma “acção real da comunidade internacional” diante destas afirmações de dirigentes israelitas e questionou-se sobre quais seriam as reacções se estas declarações fossem emitidas por outros países.
“Temos que dar um passo em frente, temos que abordar a divisão entre os palestinianos e a solução de dois Estados”, como a solução para a guerra em Gaza, afirmou.