No mesmo dia em que iria celebrar o primeiro aniversário do seu empossamento, o Presidente Donald Trump viu-se confrontado com uma das maiores contrariedades desde aquela data: o Governo federal foi obrigado a fechar as suas portas, por falta de fundos
Por: Michael Brown em Nova Iorque
O encerramento do Governo federal, exercício comummente conhecido como “shutdown” resultou do impasse registado no Congresso, no qual se debatia a aprovação de duodécimos para um periodo curto.
Os republicanos, que detêm a maioria na Câmara dos deputados e no Senado, eram a favor de um orçamento que permitisse que o Governo continuasse a trabalhar, enquanto se negociava a o estatuto de crianças que tendo entrado ilegalmente nos EUA com os país, na verdade são estruturalmente americanas.
Calculadas em perto de 1 milhão, os dreamers ou “sonhadores”, beneficiam de uma moratória acordada entre o Presidente Barack Obama e o Congresso, que expira em Março, e que reserva aos mesmos um estatuto especial. Não são ilegais, podem estudar, mas não têm estatuto de residentes ou cidadãos. Os democratas, apoiados pela sua base, não abrem mãos dos “dreamers” .
Acto contínuo, e tal como fazem alguns republicanos, tambem entendem ser preciso pôr fim ao recurso aos duodécimos, prática que decorre há dois anos consecutivos. No início da negociação o Presidente Donald Trump sugeriu que promulgaria o novo Orçamento da União, com os “dreamers” incluídos, se os democratas aceitassem que no mesmo fosse contemplado dinheiro para a construção do muro fronteiriço que ele prometeu durante a campanha.
O impasse prevaleceu e à meia noite de Sexta-feira, o Governo federal deixou de ter fundos para continuar a trabalhar. O último “shutdown” aconteceu em 2013, quando os republicanos, na altura com maioria nas duas câmaras do Congresso e em guerra aberta com o Presidente Barack Obama, inviabilizaram o Orçamento. Esta decisão teve custos para os republicanos nas eleições intercalares de 2014, pois perderam vários lugares no Senado e na câmara, o que lhes valeu a fama de obstrucionistas.
Este é o primeiro “shutdown” durante o qual um mesmo partido tem as “chaves” da Casa Branca, do Senaso e da Câmara. As sondagens sugerem que por junto e atacado, os republicanos do Congresso e o Presidente Donald Trump, que volta e meia faz alarde da sua capacidade denegociação, são os culpados.
As mesmas sondagens também indicam que a maioria dos eleitores entende que os democratas não deveriam fazer um linkage entre a aprovação do Orçamento e a regularização das ditas crianças, conhecidas como dreamers. Com mais um mês e meio pela frente, não há razão para se condicionar uma coisa à outra.
O “shutdown” força o Governo federal a manter em casa cerca de 800 mil trabalhadores, decisão que afectará vários serviços que dependem das agências federais. Esta decisão resulta na oferta de serviços mínimos, com reflexo na emissão de passaportes, redução de pessoal nos 417 parques nacionais, assim como no encerramento de vários museus. Também ficam afectadas a condução de testes de natureza científica, monotorização espacial, actividades que dependem de fundos assgurados pelo Congresso. Os chamados “trabalhadores essenciais “ mantêm-se no activo, mas apenas receberão os seus salários quando o Governo tiver fundos.
O “shutdown” de 2013 custou à economia americana 6 biliões de dólares por semana. O que acaba de eclodir custará cerca de 38 milhões de dólares por hora. Além de não ter podido ir para a Flórida, onde iria celebrar o primeiro aniversário da sua investidura, Trump vê ameaçada a possibilidade de ir ao Fórum Económico Mundial que terá lugar em Davos (Suíça) na próxima semana. Democratas e republicanos regressaram ao Congresso neste Sábado numa tentativa de chegarem a um acordo, ainda que temporário. Para os democratas, um acordo dessa natureza deve incluir o estabelecimento de uma solução para os “dreamers” .
Protestos
Ao mesmo tempo que congressistas tentavam chegar a um acordo, milhares de cidadãos saíram às ruas para replicarem a marcha com que há um ano demonstraram o seu desacordo para com o então nóvel Presidente. Na Sexta-feira foi a vez dos apoiantes de Trump. A Marcha Pela Vida, uma evocação contra o aborto, saiu à rua em várias cidades. Donald Trump dirigiuse aos seus apoiantes através de uma mensagem endereçada a partir dos jardins da Casa Branca.
Michael