Um tribunal militar israelita decidiu prorrogar, nesta Quinta-feira, a prisão preventiva de uma adolescente palestiniana que se tornou um símbolo da luta contra a ocupação após a difusão de um vídeo no qual ela agride soldados do Exército hebreu.
O tribunal de Ofer, na região de Ramallah, na Cisjordânia ocupada, decidiu manter a prisão preventiva, até à próxima Segunda-feira, de Ahed Tamimi, 16 anos, e a sua mãe, Nariman, 43, informou um porta-voz do Exército. Dezenas de palestinianos protestaram contra as prisões em torno do tribunal, onde soldados utilizaram bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo para dispersá-los, constatou a AFP.
Nariman, Ahed e a sua prima Nor Nayi protagonizaram um vídeo gravado em 15 de Dezembro passado, no povoado de Nabi Saleh, próximo a Ramallah, amplamente divulgado nas redes sociais. As imagens mostram Ahed Tamimi e Nor Nayi Tamimi a se aproximarem dos soldados israelitas, que são socados e pontapeados pelas duas jovens. Nariman Tamimi parece tentar deter as jovens e depois expulsa os militares do pátio da sua casa. O grupo, fortemente armado, se retira sem reagir. As três palestinianas foram detidas em 19 e 20 de Dezembro, e Nor Nayi, 21 anos de idade, deve ser solta no próximo Domingo.
Os Tamimi são conhecidos por participar em protestos em Nabi Saleh, palco frequente de manifestações contra a ocupação israelita. Segundo pessoas ligadas à família, os soldados foram agredidos devido à tensão gerada pelos confrontos em Nabi Saleh e pelo facto de os militares entrarem no pátio da casa. Os Tamimi também estavam abalados porque um membro da sua família ficou gravemente ferido com um tiro de bala de borracha na cabeça durante os protestos.