A acção civil interposta por Letitia James está a ser apreciada no Supremo Tribunal de Nova Iorque e o julgamento formal foi marcado para 2 de Outubro. A procuradora diz existirem provas suficientes para demonstrar que inflacionou o património
Aprocuradora-geral do Estado de Nova Iorque pediu, na Quarta-feira, um julgamento sumário parcial no processo de fraude contra o ex-Presidente dos EUA, Donald Trump, argumentando existirem provas suficientes para demonstrar que inflacionou o património.
A acção civil interposta por Letitia James está a ser apreciada no Supremo Tribunal de Nova Iorque, em Manhattan, e o julgamento formal marcado para 2 de Outubro. O processo envolve Trump, os filhos Donald Jr.
e Eric, e a Organização Trump, por alegadamente terem inflacionado o valor das propriedades para obter ganhos financeiros, como melhores condições de empréstimo.
A procuradora-geral apresentou uma moção ao juiz Arthur Engoron a pedir um julgamento sumário parcial contra Trump, argumentando que há uma “montanha de provas incontestáveis” de que este emitiu documentos falsos sobre a sua riqueza durante 10 anos, incluindo aqueles em que foi Presidente, noticiou a cadeia de televisão norte-americana CNBC.
Letitia James, que instaurou o processo no ano passado, exige que os arguidos paguem uma multa de 250 milhões de dólares (228 milhões de euros) em benefícios financeiros e também que lhes seja restringida a capacidade de conduzir negócios em Nova Iorque.
De acordo com a ABC News, James argumentou que, em 2014, por exemplo, Trump indicou nos documentos financeiros ter ativos no valor de 6,7 mil milhões de dólares (6,1 mil milhões de euros), mas esse valor foi sobreavaliado em 2,2 mil milhões de dólares (dois mil milhões de euros), de acordo com a investigação realizada.
“Com base nas provas incontestáveis, não é necessário um julgamento do tribunal para concluir que os arguidos apresentaram avaliações de activos grosseira e materialmente inflacionadas”, utilizadas em “transacções comerciais para defraudar bancos e seguradoras”, defende-se na moção, citada pelos ‘media’ norte-americanos.
O juiz Engoron marcou uma audiência para 22 de Setembro, mas ainda que dê provimento à moção do Ministério Público para um julgamento sumário, será ainda realizado um julgamento sem jurados para tratar de outras questões do processo, a menos que as partes cheguem a acordo.
Os arguidos dizem estar inocentes e Trump defendeu-se, tal como nos outros processos civis e criminais que enfrenta, invocando uma alegada “caça às bruxas” política e chamando mesmo racista à procuradora-geral, que é negra.