O Presidente da Guiné- Bissau, José Mário Vaz, anunciou ontem, Segunda-feira, 29, que vai nomear esta semana um novo primeiroministro, justificando a sua decisão com a falta de consenso entre os partidos, como estava previsto no acordo patrocinado pela comunidade internacional.
“Vou indicar o nome do primeiro- ministro e peço aos guineenses que me acompanhem”, disse o chefe de Estado em declarações no aeroporto de Bissau, vindo da Etiópia, onde participou em reuniões da comunidade de países da África Ocidental e da União Africana.
O Presidente referiu que o novo primeiro-ministro terá como “única tarefa” preparar as próximas eleições legislativas, previstas para este ano, mas que ainda não têm data marcada.
A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) patrocinou o Acordo de Conacri, que previa a nomeação de um primeiro- ministro de consenso para resolver a crise política no país. José Mário Vaz disse que não há entendimento entre os actores políticos sobre a figura a ser Afrinomeada primeiro-ministro, no âmbito do Acordo de Conacri, pelo que, disse, como chefe de Estado se vê na obrigação de indicar um nome.
O Presidente alegou que a própria CEDEAO concordou que não existe consenso e pediu aos guineenses que o acompa-nhem na nomeação que irá fazer. “Quero pedir aos guineenses que evoluamos”, afirmou José Mário Vaz, ao ser questionado sobre se tenciona propor ao Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), vencedor das últimas eleições legislativas, que indique um nome para primeiro- ministro.
O dirigente do PAIGC Augusto Olivais era apontando como futuro primeiro-ministro no âmbito do Acordo de Conacri. O chefe de Estado exortou ainda os jornalistas “a reduzirem a pressão sobre o país”, referindo que sem eleições “vai ser complicado demais” para a Guiné-Bissau.
José Mário Vaz disse também que transmitiu aos seus pares na reunião da CEDEAO que não existem motivos para impor sanções a nenhum líder político guineense, como a organização ameaça fazer, mas advertiu que a organização promete castigar quem dificultar o entendimento político no país.
O anterior primeiroministro, Umaro Sissoco Embaló, anunciou a sua demissão a 12 de Janeiro e, cinco dias depois, justificou em conferência de imprensa que decidiu “sair para deixar o Presidente confortável” à luz dos compromissos internacionais. O próximo primeiro-ministro será o sexto desde as eleições legislativas de 2012.