O Presidente do Irão defendeu ontem a criação de uma “frente unida de países islâmicos” contra Israel, num momento de agravamento das tensões após recentes confrontos em Al-Aqsa entre a polícia israelita e palestinianos barricados naquela mesquita em Jerusalém “Hoje, é mais necessária do que nunca a cooperação e formação de uma frente unida de países islâmicos contra o regime sionista [referência a Israel], no apoio firme à nação palestiniana”, disse Ebrahim Raissi durante uma conversa telefónica com o seu homólogo argelino Abdelmayid Tebune.
De acordo com o portal oficial da Presidência do Irão, Raissi disse ainda que Teerão e Argel mantêm “posições próximas e comuns” sobre assuntos “regionais e globais”, nomeadamente em relação à Palestina e “à população [palestiniana] oprimida”.
A Presidência da Argélia disse, por sua vez, que os dois chefes de Estado “abordaram a situação actual na Palestina ocupada”, incluindo “os abusos e agressões na Cisjordânia e a profanação da mesquita de Al-Aqsa”.
“Uma provocação flagrante contra 1.500 milhões de muçulmanos num mês sagrado”, considerou Tebune, numa referência às cerimónias do Ramadão.
Na madrugada da passada quarta-feira, a polícia israelita entrou na mesquita de Al-Aqsa para retirar cerca de 400 palestinianos que as autoridades de Israel dizem que se tinham barricado no templo com “fogo-de-artifício, paus e pedras”.
Durante os confrontos, a polícia israelita deteve mais de 300 palestinianos e mais de 30 ficaram feridos.
As autoridades israelitas disseram na ocasião que a polícia tentou negociar a evacuação da mesquita, sem sucesso, o que levou os agentes a entrar no templo, “onde foram recebidos com violência”.
O chefe da polícia de Israel, Kobi Shabtai, reconheceu no domingo que os agentes empregaram “demasiada força para afastar os fiéis entrincheirados” na mesquita.
Depois de Meca e Medina, a mesquita de Al-Aqsa, situada na Esplanada das Mesquitas (Jerusalém), é considerada o terceiro lugar sagrado mais importante para os muçulmanos.