A decisão contribui para a “consagração do direito do povo palestiniano à autodeterminação na sua terra”, disse a presidência da ANP num comunicado. Segundo a agência espanhola EFE, a decisão contribui também “para a adopção de medidas reais de apoio à implementação da solução de dois Estados”.
Os três Estados (Irlanda, Espanha e Noruega) anunciaram ontem que vão reconhecer a Palestina em 28 de Maio, num momento de plena guerra entre Israel e o grupo extremista palestiniano Hamas na Faixa de Gaza.
O Hamas controla Gaza desde 2007, depois de ter expulsado do território o partido Fatah, de Abbas, que governa a Cisjordânia.
Para Abbas, a decisão ontem anunciada “é um contributo dos países que acreditam que a solução dos dois Estados é uma opção que representa a vontade e a legitimidade internacional”.
O secretário-geral da Organização de Libertação da Palestina (OLP), Husein al-Sheikh, também considerou tratar-se de “um momento histórico após longas décadas de luta nacional palestiniana, sofrimento, dor, ocupação, racismo, assassínio, opressão, abuso e destruição”.
Fundada em 1964 e liderada por Yasser Arafat de 1968 até à sua morte, em 2004, a OLP agregou diferentes movimentos palestinianos, incluindo o partido Fatah, do próprio Arafat.
Na sequência do acordo de paz israelo-palestiniano de 1993, foi criada a Autoridade Nacional Palestiniana, com sede em Rammallah, na Cisjordânia.
Mahmoud Abbas, actualmente com 89 anos, é presidente da ANP desde Janeiro de 2005, depois de um breve período em que o cargo foi exercido interinamente por Rawhi Fattouh, após a morte de Arafat, em Novembro do ano anterior.
O anúncio de ontem significa que a Palestina passará a ser reconhecida por 11 Estados-membros da União Europeia, dado que Espanha e Irlanda se juntarão a Bulgária, Chipre, República Checa, Hungria, Malta, Polónia, Roménia, Suécia e Eslováquia.
Nas Nações Unidas, já reconheceram unilateralmente o Estado da Palestina 137 dos 193 membros da organização, de acordo com a Autoridade Nacional Palestiniana.