O Presidente do Uganda, Yoweri Museveni, apelou aos países africanos que salvem o mundo da “degeneração” e “decadência” da homossexualidade, que visa “aniquilar toda a Humanidade à face da terra”, informou segunda-feira a rádio estatal UBC
“África deve proporcionar a liderança para salvar o mundo desta degeneração e decadência que é realmente muito perigosa para a Humanidade.
Se pessoas do sexo oposto deixarem mutuamente de se apreciar, como é que a raça humana continuará”, questionou Musevini durante um discurso no domingo em Entebe.
Uma lei recentemente aprovada no Uganda que criminaliza a identidade de pessoas LGBT (Lésbicas, Gay, Bissexuais e Transgéneros), com penas que vão até à prisão perpétua e prevêem a pena de morte, legislação condenada por vários organismos da ONU.
O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, afirmou que a legislação é “uma das piores do seu género no mundo”.
Na sua opinião, seria uma “carta branca” para a “violação sistemática” dos direitos humanos e iria alimentar o ódio social.
As Nações Unidas já tinham detectado um aumento no discurso de ódio contra a população LGTB e fizeram eco de um estudo de um grupo da sociedade civil que relatou que, só em Fevereiro, houve mais de 110 incidentes contra esta comunidade, desde detenções a despejos, incluindo abuso sexual e assédio público.
Museveni salientou durante a conferência em Entebbe que “famílias desfeitas criam homossexuais” e que as uniões homossexuais não são genéticas ou hormonais, mas respondem a problemas “psicológicos” e que estas relações são “anti-humanas”.
“Devem ser proibidas na sua totalidade”, disse ele, questionando também a educação sexual.
“As crianças são crianças.
Como ousam invadir a sua infância e começar a ensinar-lhes questões sobre a idade adulta”, disse, acrescentando que “uma pessoa que propõe casamentos entre pessoas do mesmo sexo procura aniquilar toda a Humanidade da face da terra”.
O Presidente ugandês felicitou também os deputados ugandeses por terem aprovado a lei antiLGBT e prometeu não permitir “a promoção e publicidade da homossexualidade”, que não será “tolerada” no país.