Em entrevista, portavoz do Kremlin comentou a proposta apresentada pelo presidente eleito da Indonésia, Prabowo Subianto, para encerrar o conflito por vias diplomáticas.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou, nessa Quartafeira (31), que Moscovo está a dar abertura a qualquer iniciativa voltada para encerrar, por meios diplomáticos, o conflito ucraniano, mas que não vê reciprocidade por parte de Kiev.
A declaração foi feita em entrevista concedida à emissora Channel One Russia, na qual Peskov comentou a proposta apresentada pelo ministro da Defesa e presidente eleito da Indonésia, Prabowo Subianto, com quem o presidente russo, Vladimir Putin, se reuniu nessa Quarta-feira, em Moscovo. A proposta de Subianto trazia um plano para uma solução pacífica e diplomática para o conflito na Ucrânia.
“A Rússia está aberta a todas as iniciativas e está aberta a um caminho diplomático para um acordo, mas vemos que, infelizmente, não há tal reciprocidade por parte da Ucrânia, no momento”, disse Peskov.
Nessa Quarta-feira, o ucraniano Vladimir Zelensky cedeu à pressão internacional e admitiu incluir a Rússia em reuniões futuras da cimeira da paz sobre a Ucrânia, que ocorreu neste ano, em Junho.
“A maior parte do mundo diz, hoje, que a Rússia deve estar representada na segunda cúpula”, admitiu Zelensky. Uma fonte diplomática baseada em Ancara afirmou à Sputnik que ainda não há data e local definidos para a próxima cimeira, mas que a Arábia Saudita está a ser cogitada como uma das opções possíveis.
A cúpula sobre a paz na Ucrânia ocorreu nos dias 15 e 16 de Junho, em Burgenstock, na Suíça, com a participação de 91 países e oito organizações. No entanto, muitos líderes mundiais, incluindo o presidente da China, Xi Jinping, e o presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, não compareceram ao evento. A Rússia não foi convidada, embora seja uma das partes envolvidas no conflito.
Na ocasião, a Rússia afirmou não ser contra as negociações de paz, mas mesmo que fosse convidada, não participaria na cimeira, porque não considera a Suíça um actor neutro, uma vez que o país se uniu ao esforço unilateral ocidental nas sanções contra Moscovo, descredibilizando o seu papel como mediador do conflito.
No início deste mês, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Galuzin, disse à Sputnik que tais eventos visam pressionar a Rússia a aceitar a “fórmula de Zelensky”. “Não aceitamos tais ultimatos e não vamos participar em tais ‘cimeiras’”, disse Galuzin.