Pedro Sánchez decide interromper legislatura e pedir no- vas eleições, após a derrota nas eleições regionais, tendo o chefe de Estado convocado eleições gerais para 23 de Ju- lho, embora as mesmas estivessem marcadas para De- zembro deste ano (2023)
“Embora a votação de Domingo tenha um alcance municipal e regional, o significado da votação transmite uma mensagem que vai além”, admite Sánchez, citado pela imprensa local.
Sánchez comunicou esta decisão ao rei Felipe VI, a quem anunciou a realização de um Conselho de Ministros extraordinário, na tarde dessa Segunda-feira, que dissolverá o parlamento.
O mapa regional e autárquico de Espanha deixou de ser dominado pelos socialistas com as eleições regionais e locais de Domingo, que o PP ganhou, reivindicando o início de um “novo ciclo político” no país.
O Partido Socialista (PSOE), à frente do Governo nacional desde 2018, liderava os executivos regionais de nove das 12 regiões autónomas que tiveram eleições no Domingo, perdendo mais de metade, conservando apenas quatro: Astúrias, Canárias, Castela La Mancha e Navarra.
Já o PP, que só governava duas das regiões que no Domingo foram a votos (Madrid e Múrcia), poderá ficar a liderar oito, a que se juntam Andaluzia e Castela, e Leão, que anteciparam para 2022 as eleições e que o Partido Popular também ganhou.
Nas eleições municipais, que se realizaram em todo o país, o PP foi também o partido globalmente mais votado, conseguiu uma maioria absoluta na capital espanhola, Madrid, e conquistou à esquerda grandes cidades, como Sevilha e Valência.
A esquerda teve ainda uma derrota em Barcelona, a segunda maior cidade do país que governava com uma coligação de várias forças e movimentos desde 2015.
Ao contrário do que previam a generalidade das sondagens, em Barcelona venceu, no Domingo, o partido independentista de direita Juntos pela Catalunha (JxCat), embora sem uma maioria que lhe garanta a liderança da autarquia, sendo agora necessário ver que alianças pós-eleitorais se vão formar.
O líder do PP reivindicou já na madrugada de ontem uma vitória clara nas eleições, considerando-as o início de “um novo ciclo político” no país.
“Espanha iniciou um novo ciclo político”, disse Alberto Núñez Feijóo, o antigo presidente do governo regional da Galiza que foi eleito líder do PP há pouco mais de um ano e que teve, no Domingo, o seu primeiro teste eleitoral.
Quem também reivindicou vitória foi o VOX, tanto nas regionais, onde aumentou a representação nos parlamentos autonómicos, como nas municipais, onde alcançou 7,19% dos votos globais (tinha tido 3,56% nas autárquicas anteriores).
Para o líder do partido da extrema-direita, Santiago Abascal, no Domingo, o VOX “consolidou-se como projecto nacional” e como partido “absolutamente necessário” para construir uma alternativa à esquerda em Espanha.
Pedro Sánchez não fez declarações e coube à porta-voz do PSOE e ministra da Educação, Pilar Alegria, fazer uma breve declaração aos jornalistas em que admitiu o “mau resultado”.
Líderes regionais dos socialistas admitiram também a derrota e falaram num “tsunami” que atingiu o PSOE por todo o território.