A mais recente sondagem aponta para uma maioria frágil das forças anti independência no parlamento catalão, na sequência das próximas eleições.
Foi com várias cadeiras vazias – as dos líderes detidos e exilados – que a plataforma Junts Per Catalunya, liderada pelo presidente destituído Carles Puigdemont, deu início à campanha eleitoral para as eleições regionais do dia 21, marcadas pelo governo de Madrid depois da declaração unilateral de independência da Catalunha.
Para o líder exilado, num discurso a partir de Bruxelas, esta é a oportunidade para a desforra. “A forma mais directa de perceberem a importância do dia 21 é que esta é a segunda ronda do referendo de 1 de Outubro e que vamos votar a pensar no que aconteceu nesse dia. Ou pensavam que não nos lembrávamos da violência policial?”, questionou Puigdemont.
Segundo a última sondagem do Centro de Investigações Sociológicas, a plataforma de Puigdemont está apenas em terceiro nas intenções de voto. À frente, taco a taco, estão os actuais aliados da Esquerda Republicana, liderada por Oriol Junqueras, também de tido e o Ciudadanos de Albert Rivera, que aposta em Inés Arrimadas para presidente da região.
“Os catalães estão a posicionar-nos como alternativa ao separatismo. É uma campanha muito importante. Se acabamos com este processo, segue-se uma etapa de tranquilidade, esperança e reconciliação. Senão, vamos ter mais quatro anos disto e a sociedade catalã não aguenta mais quatro anos de divisão”, diz Rivera.
Depois deste trio da frente, estão o Partido Socialista Catalão, o Catalunya en Comú/Podem, o Partido Popular e os independentistas de extrema-esquerda da CUP. Segundo esta sondagem, as forças favoráveis à permanência em Espanha devem totalizar mais deputados que as forças independentistas, mas é uma diferença muito estreita e tudo está ainda em aberto.
“Arrancou a campanha para umas eleições cruciais para a Catalunha, para Espanha e para a União Europeia. As sondagens apontam para um resultado muito renhido entre o bloco constitucionalista e o bloco independentista. Os partidos vão aproveitar esta campanha para tentar inclinar a balança a seu favor”, conclui a correspondente da Euronews na Catalunha, Cristina Giner.
Justiça espanhola retira mandado internacional
para Puigdemont Supremo Tribunal de Espanha considera que o líder dos catalães mostrou vontade de regressar ao país O Supremo Tribunal Espanhol retirou o mandado de captura internacional para Carles Puigdemont e quatro dos seus membros de gabinete por considerar que estes demonstraram vontade de regressar à Espanha.