O secretário-geral do partido do Presidente francês, o Renascimento, afirmou, ontem, ser óbvio que a aliança de esquerda Nova Frente Popular “não pode governar a França”, argumentando que nenhuma coligação tem maioria na Assembleia Nacional.
Após as primeiras projecções das eleições legislativas francesas que dão a aliança de frente como vencedora, à frente do bloco que incluiu o partido de Macron e da extrema-direita, Stéphane Séjourné comentou que “contrariamente ao que alguns previam, o bloco central republicano moderado continua lá, continua de pé”.
O também ministro dos Negócios Estrangeiros Séjourné agradeceu aos candidatos a deputados que perderam os seus lugares ou que “se retiraram em nome dos valores republicanos”.
“Hoje, a nossa família política foi capaz de mobilizar milhões de franceses em torno de um projecto republicano, progressista, europeu e humanista. Hoje, (a aliança) Juntos participou na vitória clara dos democratas.
Dezenas de milhões de franceses disseram consciente, soberana e massivamente não à extrema-direita”, saudou. As estimativas divulgadas após o fecho das urnas da segunda volta das legislativas apontam uma vitória da Nova Frente Popular, com 172 e 215 deputados, enquanto o bloco de Emmanuel Macron poderá contar com 150 a 180 lugares, à frente do partido de extrema-direita, com entre 115 e 155 deputados eleitos.
Na primeira volta, em 30 de Junho, o partido de extrema-direita conseguiu vencer pela primeira vez as eleições legislativas, ao obter 33,1% dos votos e quase duplicar o seu apoio desde que a França elegeu a sua Assembleia Nacional pela última vez, em 2022.
Seguiu-se a aliança de esquerda Nova Frente Popular (que junta socialistas, ecologistas e comunistas e é liderada pela França Insubmissa (LFI), partido de esquerda radical de Jean-Luc Mélenchon), com 28%.
O Ensemble (Juntos) obteve 20%. As legislativas francesas foram convocadas por Macron, após a derrota do seu partido e a acentuada subida da União Nacional nas eleições para o Parlamento Europeu de 09 de Junho. A escolha de um novo executivo deveria ocorrer apenas em 2027.