O chefe da diplomacia palestiniana, Riad Al-Maliki, afirmou, ontem, perante o Tribunal Internacional de Justiça da ONU que os palestinianos são alvo de “colonialismo” e de ‘apartheid’ sob a ocupação israelita
“Os palestinianos sofrem o colonialismo e o apartheid (segregação) (…) algumas pessoas estão indignadas com estas palavras, mas deviam estar indignadas com a nossa realidade”, disse Riad AlMaliki perante o Tribunal Internacional de Justiça em Haia.
Al-Maliki afirmou ainda que “esta ocupação é supremacista por natureza”, acrescentando que é “uma perversão deliberada e cínica do direito internacional (…) A única solução, consistente com o direito internacional, é que esta ocupação ilegal chegue a um fim imediato, incondicional e total”.
Começaram, ontem, as audiências no mais alto tribunal das Nações Unidas sobre a legalidade da ocupação por Israel, desde 1967, dos territórios que se pretendem para um Estado palestiniano.
A sessão perante o Tribunal Internacional de Justiça deve durar seis dias, na sequência de um pedido da Assembleia Geral da ONU para um parecer consultivo não vinculativo sobre as políticas de Israel nos territórios ocupados. É provável que os juízes demorem meses a emitir um parecer.
O ministro dos Negócios Estrangeiros palestiniano, Riyad al-Maliki, iniciou a apresentação dos representantes palestinianos e deve prolongar-se durante as próximas horas.
“Estou aqui perante vós quando 2,3 milhões de palestinianos em Gaza, metade dos quais crianças, são sitiados e bombardeados, mortos e mutilados, mortos à fome e deslocados”, disse Al-Maliki.
Acrescentou que mais de 3,5 milhões de palestinianos na Cisjordânia, incluindo em Jerusalém, estão sujeitos à colonização do território e à violência racista que a permite.
Os palestinianos argumentam que Israel violou a proibição da conquista territorial ao anexar grandes extensões de terra, afectando o direito dos palestinianos à auto-determinação, e impôs um sistema de discriminação racial e apartheid.
Após a audição dos palestinianos, um número sem precedentes de 51 países e três organizações internacionais vão ser ouvidos. Não está previsto que Israel intervenha durante as audições, mas pode vir a apresentar uma declaração escrita.