Uma marcha da Oposição realizou-se este Sábado no Togo em saudação ao aniversário do assassinato do primeiro Presidente do Togo e pai da Independência do país, Sylvanus Olympio, indica um comunicado da coligação dos partidos transmitido à PANA esta Sexta-feira em Lomé.
A 13 de Janeiro de 1963, Sylvanus Olympio foi assassinado por um grupo de militares liderados por Eyadéma Gnassingbé que reinou no Togo até Fevereiro de 2005, data da sua morte. Segundo a Oposição, a “grande manifestação nacional”, organizada para as reformas políticas visa igualmente comemorar o assassinato do Pai da Independência, que mergulhou o nosso país na situação em que vivemos até agora”. Esta manifestação, a que se seguiu um comício, constitui a primeira do ano de 2018 para a Oposição que, desde Agosto último, reclama pelo regresso à Constituição de 1992 ou pela partida do chefe de Estado, Faure Gnassingbé, que sucedeu ao seu pai em 2005 durante uma eleição controversa.
Desde Novembro último, negociações estão em curso com o fito de colocar a Oposição e o regime no poder em torno de uma mesa de discussões, mas pressupostos e obstáculos suscitados por ambas partes impedem o arranque efectivo do diálogo propriamente dito. A Oposição exige medidas de apaziguamento, nomeadamente a libertação de todos os militantes detidos durante manifestações políticas, a presença de um mediador antes de qualquer diálogo.
O regime no poder, por seu turno, afirma ter feito concessões ao libertar alguns militantes dos partidos da Oposição envolvidos em vários dossiês repreensíveis. Porém, ele não parece fazer da necessidade de um medianeiro uma condição imprescindível para o diálogo. É neste clima de braço de ferro que arranca o novo ano com o recrudescimento de tensões da crise sobre as reformas institucionais e constitucionais exigidas pela Oposição que já fez cerca de 20 mortos.