Peritos do Banco Nacional de Angola, Sonangol e do Ministério das Finanças, concluíram Quinta-feira, em Boston, EUA, uma ronda de consultas com potenciais investidores, cuja conclusão deverá desembocar num roadshow que incluirá outras cidades e na posterior colocação no mercado de obrigações do Tesouro
POR: Michael Brown, em Nova Iorque
Carlos Saturnino, presidente do Conselho de Administração da Sonangol e Pedro Silva, administrador do BNA, integram a a delegação angolana chefiada por Archer Mangueira, o ministro das Finanças. Esta operação começou no último fim-de-semana em Nova Iorque, num processo que “mobilizou” o ministro das Finanças, peritos do seu ministério e Pedro Castro Silva. Tal como aconteceu em Novembro de 2015, a operação para colocação das obrigações do Tesouro no mercado está a ser agenciada pelo Deutsche Bank, Goldman Sachs e pelo ICBC.
Fontes familiares a esta empreitada não puseram de parte a possibilidade de novas consultas em cidades como Londres e San Francisco, ambas parte do roteiro de uma empreitada idêntica realizada em 2015. De acordo com a Bloomberg, esta transacção poderá ter um período de maturidade de 10 anos. A Bloomberg observava também que os títulos de Tesouro que Angola tinha colocado no mercado em 2015 estavam a gerar melhores retornos que os “papéis” colocados por outros países emergentes. A ideia do regresso aos mercados consta no Plano de Estabilização Macro-económica lançado pelo Governo do Presidente João Lourenço e apresentado publicamente dia 3 de Janeiro.
A operação agora em andamento acontece após o estabelecimento de um acordo entre Angola e o FMI para um programa do PCI (sigla inglesa) Instrumento de Coordenação de Políticas, o qual não prevê a entrada de dinheiro, mas contempla assistência. Por outro lado, a agência de notação financeira Fitch “melhorou” a sua perspectiva sobre Angola na notação do risco da dívida externa de longo prazo. A Fitch acrescenta que a materialização de um programa de assistência pelo FMI sem libertação de fundos servirá como factor positivo adicional. A Fitch refere também que as perspectivas de recuperação Económica de Angola melhoraram significativamente, para o que concorreram a subida do preço do petróleo, assim como ajustamentos monetários e fiscais.