“Co n g r a t ula mo-nos com a libertação de Julian Assange (…) e com os progressos significativos registados no sentido de uma resolução definitiva deste caso, sem mais detenções”, disse a porta-voz do ACNUDH Elizabeth Throssel à agência francesa AFP.
Assange estava, ontem, a caminho de uma audiência num tribunal federal norte-americano nas Ilhas Marianas, de onde se espera que saia em liberdade, depois de ter chegado a um acordo com o sistema judicial dos Estados Unidos.
Throssel disse que o caso Assange “levantou uma série de questões relacionadas com os direitos humanos” e que a sua detenção “cada vez mais prolongada” também suscitou preocupações.
“Vamos continuar a acompanhar os desenvolvimentos nos próximos dias”, acrescentou a portavoz em Genebra, Suíça.
Assange é agora acusado de “conspiração para obter e divulgar informações relacionadas com a defesa nacional”.
De acordo com os documentos do tribunal norte-americano, deverá declarar-se culpado apenas desta acusação e ser condenado a 62 meses de prisão, uma pena já cumprida em prisão preventiva em Londres.A decisão permitirá a Assange regressar à Austrália.
A mulher de Assange, Stella Assange, disse, ontem, à estação britânica BBC que o fundador da WikiLeaks será um homem livre assim que o acordo de confissão de culpa for validado pelos tribunais norte-americanos.
“Há um acordo de princípio entre Julian e o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que tem de ser validado por um juiz nas Ilhas Marianas, um território norte-americano no Pacífico”, disse Stella Assange.
O australiano de 52 anos “será um homem livre assim que o acordo for validado pelo juiz”, o que acontecerá na Quarta-feira, acrescentou.
Os Estados Unidos estavam a processar Assange por ter divulgado, a partir de 2010, mais de 700 mil documentos confidenciais sobre as actividades militares e diplomáticas norte-americanas, nomeadamente no Iraque e no Afeganistão.
Assange estava detido no Reino Unido desde 2019, após sete anos de reclusão na embaixada do Equador em Londres, onde se refugiou para evitar ser extraditado para a Suécia num processo em que era acusado de violação.
Com sede na Suécia, a WikiLeaks foi fundada em 2006 e distinguiuse por divulgar documentos confidenciais obtidos de fontes anónimas.