A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu ao Sri Lanka que garanta justiça para as vítimas de um atentado, domingo de Páscoa de 2019, que causou perto de 270 mortos, segundo a agência France Presse (AFP).
Marc-André Franche, coordenador da ONU no país, disse que deve ser realizada uma “investigação exaustiva e transparente” para descobrir os responsáveis pelo ataque, durante uma cerimónia comemorativa em Colombo, cinco anos depois do atentado.
Nesse dia, três igrejas e três hotéis foram alvo de um atentado suicida, atribuído a um grupo jihadista local que reivindica a sua filiação ao grupo Estado Islâmico. Entre as vítimas contavam-se 45 estrangeiros, incluindo turistas que visitavam a ilha.
“O Sri Lanka sofre de um défice persistente de responsabilização, quer por alegados crimes de guerra, quer por violações mais recentes dos direitos humanos, corrupção ou abuso de poder, e este défice tem de ser resolvido se o país quiser avançar”, afirmou Franche.
Sublinhou ainda que as vítimas continuam a procurar justiça, apesar de o Supremo Tribunal do país ter considerado o antigo Presidente Maithripala Sirisena e os seus altos funcionários responsáveis por não terem evitado o ataque.
O gabinete dos direitos humanos das Nações Unidas apelou a Colombo para que publique todas as conclusões das investigações anteriores sobre os ataques do domingo de Páscoa e para que crie uma comissão de inquérito independente, referiu. Os católicos do Sri Lanka deverão realizar um protesto silencioso hoje para exigir uma investigação sobre os ataques.
As provas apresentadas num processo civil instaurado pouco depois dos ataques mostraram que os serviços secretos indianos tinham avisado Colombo dos ataques 17 dias antes, mas que as autoridades não actuaram.
O presidente da altura, Maithripal Sirisena, e os seus associados foram condenados a pagar 310 milhões de rúpias (um milhão de dólares) de indemnização às vítimas e às suas famílias. Mas a decisão ainda não foi totalmente aplicada, devido a um recurso.