O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) exigiu ontem que as forças israelitas parem de participar e apoiar ataques de colonos contra palestinianos na Cisjordânia ocupada. “As autoridades israelitas devem, nomeadamente, impedir novos ataques e responsabilizar os responsáveis” pelos actos de violência, afirmou a porta-voz do Alto Comissariado, Ravina Shamdasani, durante uma conferência de imprensa na ONU, em Genebra.
“Os suspeitos de actos criminosos, incluindo homicídios ou outras mortes ilícitas, devem ser levados à justiça num processo judicial consistente com os padrões internacionais de direitos humanos, após uma investigação rápida, imparcial, independente, eficaz e transparente”, segundo a porta-voz do Alto Comissariado. A escalada da violência nos últimos dias na Cisjordânia é “uma questão de séria preocupação”, insistiu Ravina Shamdasani.
A morte, no fim-de-semana, de um adolescente israelita assassinado em circunstâncias desconhecidas na Cisjordânia ocupada provocou represálias significativas por parte dos judeus. “Quatro palestinianos, incluindo uma criança, foram mortos” e “dezenas ficaram feridos, inclusive a tiro”, durante o ataque dos colonos e do exército israelita, segundo a porta-voz. Ravina Shamdasani também mencionou “centenas de casas e veículos queimados”. De acordo com a porta-voz, três soldados israelitas também foram feridos por apedrejamentos.
Segundo Ravina Shamdasani, “também foi relatado que os colonos estabeleceram pelo menos dois novos postos avançados nos últimos dois dias no vale do Jordão e nas Colinas do sul de Hebron, perto de comunidades palestinianas que foram repetidamente atacadas pelos colonos nos últimos meses. Estas comunidades palestinianas “correm o risco iminente de serem deslocadas à força das suas casas e terras”, disse Shamdasani.
Na Cisjordânia, pelo menos 468 palestinianos foram mortos por soldados ou colonos israelitas desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, em 07 de Outubro, segundo a Autoridade Palestina.Os colonatos israelitas na Cisjordânia ocupada, onde residem mais de 490 mil israelitas, são todos ilegais ao abrigo do direito internacional.