Apenas três das 21 missões de ajuda humanitária para o Norte de Gaza foram realizadas desde o início de Janeiro, devido aos atrasos nos postos de controlo israelitas, além de muitas estradas estarem intransitáveis, disse ontem a ONU
No seu relatório diário, o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) destacou que apenas 14% das missões humanitárias foram concluídas este mês, enquanto em Dezembro a percentagem era superior a 70%.
“A capacidade de responder às grandes necessidades no Norte de Gaza está a ser limitada pelas repetidas recusas de acesso por parte das autoridades israelitas”, lamentou a ONU.
O relatório detalhou que as missões de envio de produtos médicos de emergência para a farmácia central da cidade de Gaza foram negadas em cinco ocasiões, assim como o envio de combustível necessário para pôr a funcionar as instalações de abastecimento médico foi cancelado seis vezes.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) também reclamou que teve que cancelar seis missões nas últimas duas semanas. O relatório registou novos ataques a instalações de saúde em Gaza, como o sofrido na Quarta-feira por uma ambulância do Crescente Vermelho palestiniano, no qual morreram quatro trabalhadores da organização e dois pacientes que já estavam feridos.
O ataque ocorreu na via Saladino, principal eixo de comunicações de Gaza, na entrada da zona central de Deir al-Balah.
Também foram registados ataques, essa Quarta-feira, contra um edifício residencial junto ao hospital Al-Aqsa, também em Deir al-Balah, que também provocaram mortos.
Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, território controlado pelo grupo islamita Hamas, nas últimas 24 horas os ataques israelitas causaram 147 mortos e 243 feridos, elevando o número total de vítimas desde o início do conflito na faixa, em 7 de Outubro, para 23.357 mortos e 59.410 feridos.