O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Geraldo Martins, disse, ontem, que o governo que lidera é “para quatro anos” e que as promessas eleitorais “devem ser cumpridas
Este será um governo de legislatura, um governo para quatro anos e, portanto, todas as promessas eleitorais que foram feitas devem ser cumpridas”, afirmou, na tomada de posse dos 18 ministros e 15 secretários de Estado do novo executivo.
Assim, disse Geraldo Martins, o horizonte temporal para o cumprimento das promessas feitas durante a campanha não é “seis meses, não é um ano, são os quatro anos”.
A ministra da Cultura, Juventude e Desporto, Indira Cabral Embalo, não esteve presente na cerimónia de tomada de posse.
O novo governo resulta da coligação Plataforma de Aliança Inclusiva (PAI)- Terra Ranka, liderado pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que venceu as eleições legislativas de Junho com maioria, conseguindo obter 54 dos 102 deputados do parlamento.
Após a vitória nas legislativas, a coligação assinou acordos de incidência parlamentar e governativa com o Partido de Renovação Social (PRS) e o Partido dos Trabalhadores Guineenses (PTG), que integram também o novo executivo.
“Os guineenses podem esperar um governo que vai tentar resolver os seus problemas”, afirmou o primeiro-ministro, reiterando que o executivo sabe “quais são as expectativas” e “as preocupações das populações”.
Segundo Geraldo Martins, as populações querem que o governo ajude a comercializar a castanha do cajú, o controlo dos preços dos produtos de primeira necessidade, que as escolas públicas voltem a funcionar normalmente e que a prestação dos serviços de saúde e cuidados primários melhore, além do alargamento do fornecimento de água potável e que haja energia eléctrica nas principais localidades e onde seja possível.
Estas são as prioridades do programa de emergência que será “o foco da governação nos primeiros seis meses”, assegurou.
Ainda de acordo com o primeiroministro, paralelamente ao programa de emergência, o programa de governação será levado para aprovação à Assembleia Nacional Popular.
O programa de governação, referiu, será baseado no plano estratégico e operacional Terra Ranka e no próprio programa eleitoral da coligação PAI-Terra Ranka.
O plano estratégico abrange seis eixos: reforma e modernização do Estado, crescimento económico e redução da pobreza, relançamento do sector produtivo e a infraestruturação do país, valorização dos recursos humanos, política externa e preservação da biodiversidade.
“Todos estes eixos vão agora ser transpostos no programa do governo com medidas detalhadas e um cronograma de execução”, adiantou, acrescentando que será dada “prioridade àquelas medidas e áreas que são prioritárias”.
“O mais importante é que no final da legislatura possamos cumprir com a promessa eleitoral que fizemos ao povo guineense”, referiu.