O presidente da França, Emmanuel Macron, disse ontem, Segunda-feira, que a China e a Europa devem trabalhar juntas na iniciativa de Pequim “Cinturão e Rota”, um projecto que tenta construir uma “Rota da Seda” dos dias actuais e que considera não poder ser “de mão única”.
Macron iniciou sua primeira visita de Estado à China com uma paragem em Xian, um ponto de partida oriental da antiga Rota da Seda, esperando retomar relações União Europeia-China, frequentemente tensas por conta das restrições de Pequim sobre investimento estrangeiro e comércio. “Afinal, as antigas Rotas da Seda nunca foram somente chinesas”, declarou Macron a uma plateia de académicos, estudantes e empresários no Palácio Daming, residência real da dinastia Tang há mais de 220 anos.
“Por definição, estas rodas só podem ser compartilhadas. Se elas são rotas, não podem ser de mão única”, afirmou. Divulgado em 2013, o projecto Cinturão e Rota tem como objectivo conectar a China por terra e mar ao Sudeste da Ásia, Paquistão e Ásia Central, e para o Oriente Médio, Europa e África. O Presidente chinês, Xi Jinping, prometeu 124 biliões de dólares para o plano numa cimeira em Maio, mas tem enfrentado suspeitas em capitais ocidentais de que o projecto se destina mais a reivindicar influência chinesa do que ao declarado desejo de Pequim de espalhar prosperidade.
Macron, que prometeu visitar a China ao menos uma vez por anodurante seu mandato, disse que a nova infraestrutura e projectos culturais promovidos pela China também podem ser feitos para interesse da França e da Europa caso feitos num espírito de cooperação. “Estas rotas não podem ser aquelas de uma nova hegemonia, que iriam transformar aqueles que cruzam em vassalos”, disse Macron. Alice Ekman, do centro de estudos IFRI, sediado em Paris, disse: “Por ora, considerando o quão extenso e incerto o projecto chinês continua a ser, diversos países europeus, incluindo a França, mostraram cautela quanto a isto”.
“Para a China, as novas Rotas da Seda também são uma ferramenta para promover novos padrões internacionais, regras e normas que são diferentes daquelas actualmente usadas pela França e outros países europeus”. Em Xian, Macron disse esperar que relações entre UE e a China conheçam um novo começo, baseadas em “regras equilibradas”, após reconhecer que houve falta de confiança e “questões legítimas” na China, assim como temores entre europeus. A Europa agora está unida e pronta para cooperar com a China após anos de gestão de crises e estagnação económica, disse Ma-