Uma mulher foi detida no Estado do Texas, no Sul dos Estados Unidos, e acusada de ameaçar matar a juíza federal que tem em mãos o caso de conspiração eleitoral contra o ex-presidente Donald Trump
De acordo com os registos de um tribunal de Houston, no Texas, Abigail Jo Shry ligou para o tribunal federal, em Washington, e deixou uma mensagem ameaçadora – usando um termo racista para descrever a juíza Tanya Chutkan – a 5 de Agosto.
A acusação diz que Shry admitiu à Polícia ter feito a chamada, na qual disse à juíza: “Está na nossa mira, queremos matá-la”.
O Ministério Público alega ainda que a mulher ameaçou também matar a deputada Sheila Jackson Lee, uma democrata do Texas que está na corrida à autarquia de Houston, “se Trump não for eleito em 2024”.
Apesar dos seus problemas com a Justiça, Donald Trump é o claro favorito para vencer as primárias Republicanas em 2024 e, assim, disputar com o actual Presidente, Joe Biden, a corrida à Casa Branca, em Novembro desse mesmo ano.
Na Segunda-feira, Trump classificou a juíza Tanya Chutkan de “altamente partidária” e “muito tendenciosa e injusta” por comentários anteriores que fez num caso separado, em que condenou um dos réus acusados no ataque ao Capitólio de 06 de Janeiro de 2021.
O ataque de Trump surgiu dias após a juíza ter alertado o republicano para não fazer declarações incendiárias sobre a acusação.
Numa audiência na Sexta-feira, Chutkan impôs uma ordem de protecção no caso, limitando as provas entregues pelos procuradores que o ex-Presidente e a sua equipa jurídica podem divulgar publicamente.
A magistrada alertou os advogados de Trump de que a sua defesa deveria ser montada no tribunal e “não na Internet”.
Os procuradores pediram a ordem de protecção depois de chamarem a atenção para outra publicação anterior na rede social de Trump, na qual este disse que iria “atrás” daqueles que “vão atrás” de si.
Os procuradores disseram que a partilha imprópria de provas poderia ter um “efeito prejudicial sobre as testemunhas”.
Chutkan disse que se alguém fizer declarações “incendiárias” sobre o caso, estaria inclinada a moverse mais rapidamente para um julgamento para evitar qualquer intimidação de testemunhas ou influência no júri.
Ordens de protecção são algo comum em casos criminais para proteger a divulgação de informações confidenciais que possam afectar o julgamento.
Tanya Chutkan tem sido uma das juízas mais duras para com os manifestantes que invadiram o Capitólio norte-americano.
Juízes federais em Washington condenaram quase 600 réus pelos seus papéis no ataque, que foi alimentado pelas alegações infundadas de Donald Trump de que a eleição presidencial de 2020 foi ganha por Joe Biden com recurso.