Mais de 40% em cada mil habitantes em Moçambique têm HIV/ Sida, mas o executivo moçambicano pretende reduzir essa incidência para menos de metade, conforme previsto no Programa Quinquenal do Governo (PQV) 2025-2029, informa o site Notícias ao Minuto
Segundo o documento, consultado, essa Quarta-feira, pela Lusa e que será discutido ao longo das próximas semanas na primeira sessão parlamentar ordinária da legislatura, iniciada a 26 de Março, a estratégia parte de uma taxa de incidência do HIV/ Sida de 43% por mil habitantes.
Contudo, no PQV é definida a meta de baixar essa taxa de incidência da doença para 13% por mil habitantes até 2029, com claro foco na juventude.
O objectivo é reforçar o acesso à informação dos jovens, em concreto sobre saúde sexual reprodutiva e HIV, mas também nutrição, malefícios de álcool e outras drogas, da cobertura de 47,1% do total em 2024 para 70% em cinco anos, formando para o efeito, anualmente, mais de 2 mil activistas sociais.
No final de Janeiro, o Presidente norte-americano, Donald Trump, deu ordem para congelar a ajuda externa do seu país, canalizada principalmente através da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), que apoia vários programas nesta área em Moçambique.
A decisão provocou o pânico entre as organizações humanitárias de todo o mundo que dependem dos contratos dos EUA para continuarem a funcionar, decisão que em Moçambique afecta, nomeadamente, programas de mitigação do HIV/Sida.
O Governo moçambicano afirmou, em Fevereiro passado, que a suspensão da ajuda internacional norte-americana compromete programas de saúde em Moçambique, com destaque para o HIV/Sida, e que estava em “diálogo” com a embaixada dos EUA para “mitigar os impactos” dessa decisão da administração Trump.
De acordo com a Organização das Nações Unidas, os Estados Unidos são, de longe, o maior fornecedor de ajuda externa, com quase 68,9 mil milhões de euros investidos até 2023, representando 40% da ajuda humanitária global.