Abbas Araghchi garante que haverá resposta à morte do líder do movimento islamita palestiniano Hamas, segundo o Diário de Notícias
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão prometeu uma resposta “bem calculada” ao atentado, em Teerão, que matou o líder do movimento islamita palestiniano Hamas, e que o país não receia uma escalada militar com Israel.
“A reação do Irão ao ataque terrorista israelita em Teerão é definitiva e será medida e bem calculada. Não tememos uma escalada, mas também não a procuramos, ao contrário de Israel”, indicou Abbas Araghchi, no domingo, na rede social X (antigo Twitter).
O chefe do político do Hamas, Ismail Haniye, morreu na capital do Irão, em 29 de Julho, num atentado à bomba que não foi reivindicado, mas que o regime de Teerão atribuiu ao Governo de Israel.
A mensagem de Araghchi foi publicada depois de uma chamada telefónica com o homólogo italiano, Antonio Tajani, com quem teve uma “longa conversa focada na região”.
O chefe da diplomacia de Itália pediu a Araghchi que “encoraje uma desescalada no Líbano e no mar Vermelho”, numa referência ao grupo xiita libanês Hezbollah e aos rebeldes Huthis do Iémen, ambos aliados do Irão O Hezbollah libanês anunciou no domingo manhã ter lançado um ataque em grande escala contra Israel, na sequência de um ataque israelita que matou um alto comandante militar do grupo em Beirute, a 30 de Julho.
Em resposta, o exército de Israel anunciou que “cerca de uma centena” dos seus aviões “alvejaram e destruíram milhares de plataformas de lançamento de foguetes do Hezbollah” durante ataques para impedir um ataque de ‘drones’ do grupo.
Os rebeldes Huthis do Iémen elogiaram o Hezbollah pelo ataque a Israel ameaçando, uma vez mais, retaliar contra a ofensiva israelita do mês passado à cidade de Hodeida, em solidariedade com o Hamas, em guerra com Israel na Faixa de Gaza desde Outubro.
O ministro dos Negócios Estrangeiro italiano disse que o Irão poderia ajudar a “reduzir as tensões e facilitar” as conversações entre o Hamas e Israel para uma trégua na Faixa de Gaza, que estão a decorrer na capital do Egipto, Cairo.
Os soldados italianos, recordou Tajani, operam na fronteira entre o Líbano e Israel como parte do contingente da Força Interina das Nações Unidas no Líbano, e a Itália “desempenha um papel de liderança” na missão naval da União Europeia no Mar Vermelho, chamada ‘Aspides’.
“O cessar-fogo em Gaza continua a ser um passo fundamental para trazer a paz ao Médio Oriente”, declarou Tajani, depois de sublinhar que “a Itália apoia todos os esforços de mediação em curso que visam” uma trégua que “favoreça a desescalada na região, a libertação de reféns e o acesso humanitário”.