Vinte e oito ucranianos manifestaram-se, ontem, frente à embaixada da Federação Russa, em Lisboa, em solidariedade para com os concidadãos detidos pela Rússia, com o presidente da Associação de Ucranianos em Portugal a pedir o “fim do imperialismo russo
“Se a Ucrânia desaparecer, a Europa desaparece, enquanto se desaparecer o imperialismo russo, a Europa vai continuar a prosperar”, acrescentou Paulo Sadokha. Sem números oficiais de quantos cidadãos ucranianos continuam detidos desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de Fevereiro de 2022, Paulo Sadokha disse cifrarem-se em algumas centenas.
“Somos poucos, mas o que estamos a fazer hoje aqui está a acontecer em várias capitais europeias”, observou, acrescentando “que não passa pela cabeça de pessoas civilizadas o que os russos fazem aos presos ucranianos”.
Prestes a iniciar-se o segundo ano de guerra, o presidente da Associação de Ucranianos em Portugal reiterou que os ucraniano “não baixarão os braços nem desistirão da guerra” enquanto não derrotarem o invasor.
Paulo Kadokha frisou que este Natal é “ainda mais triste que o do ano passado”, pois não existe um fim à vista para a guerra iniciada pela Rússia.
Congratulou-se ainda por já se terem iniciado conversações para a entrada da Ucrânia na União Europeia (UE), considerando “elucidativo” de que a luta dos ucranianos “não tem sido em vão”.
Agradecendo ao “povo e aos políticos portugueses” por sempre terem auxiliado a Ucrânia desde o início do conflito, Paulo Sadokha sublinhou que os ucranianos residentes em Portugal “não descansarão enquanto a sede da Federação russa não sair das instalações em Lisboa” nem enquanto a bandeira daquele país, “uma bandeira do mal”, continuar hasteada no edifício bem como noutros países europeus.
“A Ucrânia não pretende eliminar o povo russo, quer, sim, o fim do imperialismo russo”, observou.
O dirigente da Associação de Ucranianos em Portugal voltou a pedir à população e aos políticos portugueses para “não deixarem os ucranianos sozinhos”. Dos 28 manifestantes apenas uma, funcionária da embaixada da Ucrânia em Portugal, tem um primo detido pela Rússia. Vinda há três meses de Kiev, mostrou-se “muito preocupada” com o que possa vir a acontecer àquele familiar.
No final da concentração e já depois de terem gritado “Slava Ucrânia” e entoado o seu hino, os manifestantes rumaram à Praça dos Restauradores, para participarem numa iniciativa a realizar hoje onde vão ser cantadas composições de Natal ucranianas, numa iniciativa “que contará com a presença da embaixadora”.
Nos Restauradores farão ainda um peditório para enviarem para cidadãos ucranianos com familiares presos pela Rússia, concluiu Paulo Sadokha.