O porta-voz do Kremlin referiu que o governo russo “registou” a emissão deste mandado, mas sublinhou que se Moscovo “levasse cada uma das ações hostis a peito, nada de bom iria resultar” dessa situação
O porta-voz do Kremlin reagiu, esta segunda-feira, à emissão do mandado de detenção para o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciada na sexta-feira.
“Recebemos isto com tranquilidade, registámos tudo com cuidado e continuamos a trabalhar.
E, mais importante, o presidente continua a trabalhar”, notou Dmitry Peskov, citado pela Tass.
Em conferência de imprensa, o responsável russo referiu ainda que esta não era a única “ação hostil” contra o país, ou mesmo contra o presidente.
“Assistimos a tantas manifestações abertamente hostis contra o nosso país e o nosso presidente que, naturalmente, registamos cada uma delas, mas se cada uma destas ações fosse levada a peito, provavelmente, nada de bom iria resultar daí”, atirou.
As reações à emissão deste mandado foram surgindo durante os últimos dias, tendo também, esta segunda-feira, o ex-presidente russo Dmitry Medvedev deixando um ‘aviso’ ao Tribunal Penal Internacional.
“Receio, senhores, que todos estamos à mercê de Deus e dos mísseis.
É bem possível imaginar como um Onix hipersónico [míssil naval desenvolvido pela Rússia desde 2002] disparado de um navio de guerra russo no Mar do Norte atinge o prédio do tribunal em Haia. Não pode ser abatido, receio.
E o tribunal é apenas uma organização internacional patética, não o povo de um país da NATO. Então, eles não vão começar uma guerra.
Eles vão ficar com medo. E ninguém se vai arrepender”, ameaçou, avisando ainda os juízes para observarem “os céus de perto”.
Os últimos dias continuam a ser marcados pelo aumento de tensão entre a Rússia e a comunidade internacional.
Para além dos problemas que marcaram a semana passada, com a colisão de um drone norte-americano e um caça russo ou a visita de Putin a Mariupol, um dos ‘marcos’ desta guerra, esta segunda-feira fica marcada pelo início da visita do presidente da China, Xi Jinping, à Rússia.
As duas nações partilham uma fronteira com mais de quatro mil quilómetros de distância e Moscovo é um importante fornecedor de petróleo e gás para a China.
À chegada, Jinping terá referido, segundo a Tass, que os dois países são “bons vizinhos” e “parceiros de confiança”.